A rede de estradas do Lubango, capital da província da Huíla, foi, nos últimos quatro anos, ampliada para 586 quilómetros, contra os 180 anteriores, no quadro do programa urbanístico e de requalificação da cidade.
O vice-governador da Huíla para a área de Infra-estruturas, Nuno Ndala, deu esta informação na quarta-feira, quando fazia a apresentação do programa urbanístico do Lubango à sociedade civil.
No quadro da requalificação da cidade, uma das prioridades definidas foi a ampliação da rede de estradas, porque a antiga tinha apenas 180 quilómetros de extensão, com uma entrada e saída, sem ligação entre os bairros periféricos.
Com o incremento das novas centralidades foram criados 89 quilómetros de estradas na cidade velha, incluindo a requalificação da margem do rio Mukuve, no centro da cidade do Lubango, com uma extensão de 18 quilómetros. Foi, ainda, aberta uma via rápida com quatro faixas de rodagem, em cada lado, e uma extensão de 34 quilómetros, que liga as novas centralidades da Quilemba e Eiwa, e o centro turístico da Tundavala.
Comboio urbano
Outro indicador que o governo local teve em conta para a expansão do Lubango foi a linha-férrea, uma vez que a cidade velha foi assentada ao longo do rio Caculuvale e o desenvolvimento começou com a instalação do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM), em 1923.
Nuno Ndala adiantou que foi aproveitado o ramal da linha do CFM e instalada uma circular ferroviária, que liga o centro da cidade às novas centralidades da Eiwa e Quilemba. A circulação ferroviária do Lubango começa na Nossa Senhora do Monte, passa pelo Instituto Médio do Lubango, Escola do primeiro ciclo 1º de Dezembro, estádio internacional da Tundavala, aeroporto internacional da Mukanka. O comboio vai ainda passar pelo novo Instituto Superior Politécnico do Lubango e hospital pediátrico, maternidade e psiquiatria, em construção na comuna da Arimba.
A circulação do comboio urbano da cidade começa ainda este ano, com a retomada do CFM, prevista para o mês de Agosto.
Novas centralidades
O governo provincial da Huíla, de acordo com Nuno Ndala, está a desenvolver um projecto urbanístico na cidade do Lubango com vista a melhorar a qualidade de vida dos habitantes, através da criação de novas centralidades, com infra-estruturas sociais. O desenvolvimento do projecto está a basear-se na lei do Ordenamento do Território, que consagra o alojamento das populações em locais seguros e com melhores condições de vida.
Para o Lubango, foi projectada uma área de cinco mil hectares, para 400 mil habitantes. Actualmente a cidade tem um milhão e meio de moradores e um défice de 135 mil fogos habitacionais.
Para colmatar esta situação e dar condições de dignidade às populações, criaram-se as reservas fundiárias da Eiwa, com 14 mil hectares, e da Quilemba, com cinco mil hectares, onde estão a ser instaladas infra-estruturas sociais, como escolas, hospitais e centros de saúde. Está a ser construída, a partir da barragem da Tundavala, uma conduta com capacidade para 78 metros cúbicos de água, duas estações e tanques reservatórios para atender estas populações.
Estão também em curso obras destinadas a aumentar a capacidade de distribuição de água potável, através da substituição da conduta e tubagem da cidade do Lubango e colocação de novas válvulas, cujos trabalhos ficam concluídos ainda este ano, garantiu o vice-governador Nuno Ndala.
No sector da energia, salientou, está em execução a reabilitação da barragem hidroeléctrica da Matala e a construção de uma central térmica, com capacidade para produzir 40 megawotts, para resolver o problema do centro urbano e das novas urbanizações.