Passos Coelho respondeu à exigência de António José Seguro, que pede mais um ano para fazer a consolidação orçamental, sublinhando que a troika até estava disponível para aceitá-la, mas que não foi esse o cenário negociado com o governo de José Sócrates.
“Na altura em que, como líder do maior partido da oposição, reuni com a troika e levantei a questão sobre o período de ajustamento e a necessidade de termos um ano mais”, recordou Passos Coelho, a resposta “foi esta: ‘não vamos dizer que quatro anos não tivesse sido possível mas agora é demasiado tarde para alterar’” e que essa questão já estava encerrada com o Governo, sublinhou.
Passos Coelho recordou que estas são as condições que ficaram definidas e que se tem oposto à postura de querer renegociar esses detalhes. “Quatro exames regulares volvidos, foi esse o resultado consistente que obtivemos. Isso dá hoje a Portugal, no contexto da crise europeia, uma posição diferente da que teríamos se tivéssemos começado por querer exigir uma renegociação do memorando e dos termos em que ele foi negociado”, sustentou Passos.
O líder do PS, António José Seguro, pedia mais um ano de consolidação como condição para haver consenso europeu com o Governo e a maioria. Contudo, Passos disse que se o tempo do ajuste tiver de, agora, ser estendido, isso vai significar novos sacrifícios para os portugueses.
“A minha perspectiva foi sempre cumprir no tempo que tenho disponível. Se não conseguir, é a realidade que se imporá e não metemos a cabeça debaixo da areia, não fazemos de conta e ignoramos a realidade. Se essa circunstância acontecer, ela significa que haverá penosidade superior e que demoraremos mais tempo a restaurar a nossa economia”, explicou Passos Coelho.
FONTE: Jornal de Negócios