O Governo angolano e as Nações Unidas vão realizar mais uma campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, doença de que não há registo de casos há quase um ano, foi hoje anunciado em Luanda.
A campanha arranca na sexta-feira, e decorrerá até 01 de julho.
O último caso de poliomielite foi reportado a 07 de julho de 2011, no município do Quimbele, província do Uíge, norte do país.
O anúncio da campanha foi feito em Luanda pelo Ministério da Saúde de Angola, em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Apesar da ausência de casos, as autoridades angolanas têm em ação um Plano Nacional de Emergência que visa interromper a transmissão do vírus da pólio, através do reforço da vacinação de rotina e de campanhas nacionais de vacinação, bem como o reforço da vigilância epidemiológica.
Nesta campanha, o Ministério da Saúde, em cooperação com parceiros nacionais e internacionais, pretende vacinar seis milhões de crianças até aos cinco anos.
Para o sucesso da campanha, que decorrerá em sincronia com nas zonas fronteiriças com as vizinhas República Democrática do Congo e Namíbia, as autoridades sanitárias de Angola contam ainda com o empenho das administrações municipais, e dos meios de comunicação social, para a sua divulgação.
Durante o encontro com a imprensa, a chefe de secção nacional de imunização do Ministério da Saúde, Alda Valente, referindo-se à situação epidemiológica de Angola, disse que as campanhas de vacinação vão continuar até que o país fique pelo menos três anos sem casos de pólio.
Um estudo sobre as razões que levam a que as crianças não sejam vacinadas durante as campanhas identificou que 57 por cento acontece porque as casas não são visitadas pelos vacinadores.
“Apesar de estas casas não serem visitadas, não significa que as crianças não tenham sido visitadas, porque muitas podem ter sido vacinadas nas ruas, mercados e em outros locais”, explicou Alda Valente.
O estudo indicou ainda que 24 por cento das crianças não são vacinadas durante a campanha porque estavam ausentes de casa, 12 por cento porque as pessoas não sabiam da campanha, três por cento porque estavam doentes e dois por cento porque rejeitaram.
Nesse sentido, os responsáveis apelaram para a participação “fundamental” dos meios de comunicação nas campanhas de consciencialização da população sobre os benefícios das referidas campanhas no combate à doença.
Em 1999, Angola chegou a registar 1.119 casos de poliomielite, que resultaram em 110 óbitos, seguindo-se um período sem circulação do vírus, entre 2001 e 2005, que acabaria por ser importado novamente, da Índia, em 2005, 2007 e 2008.
FONTE: Lusa