O plano de recapitalização dos bancos espanhóis não parece afastar para já a desconfiança dos investidores na saúde financeira de Madrid.
O Banco de Espanha foi obrigado a pagar hoje juros três vezes superiores aos de maio, durante uma emissão de dívida orçada em três mil e oitenta milhões de euros.
Os bilhetes do Tesouro com uma maturidade a três meses registam uma taxa de juro de 2,36%, três vezes superiores à de maio. A seis meses, os juros duplicaram para 3,23%.
O agravar dos custos da dívida ocorre num momento em que não são conhecidas ainda as condições do plano de resgate europeu para a banca espanhola, orçado entre 60 e 100 mil milhões de euros.
O ministro da Economia espanhol voltou hoje a fornecer, a conta-gotas, alguns detalhes, sublinhando, uma vez mais, que não se trata de um resgate similar ao de Portugal, Irlanda e Grécia.
“Os fundos dirigem-se apenas às necessidades do setor financeiro e as condições serão aplicadas apenas a este setor, como acordado na última reunião do eurogrupo. Isto quer dizer que a ajuda não estará vinculada a um programa de ajustamento macroeconómico como aconteceu noutros países da zona euro. Não haverá novas exigências em termos de política fiscal ou reformas estruturais”.
Mas várias dúvidas persistem sobre as condições e o financiamento do resgate bancário espanhol.
Guindos avançou que não serão apenas os bancos resgatados, mas todo o setor financeiro que deverá submeter-se às exigências do plano de resgate.
A agência Moody’s reavaliou ontem em baixa, de um a quatro níveis, a nota de 28 bancos espanhóis, seriamente atingidos pela explosão da “bolha imobiliária”.
O Banco de Espanha afirma, no entanto, que os três maiores bancos do país não necessitarão de ser resgatados.
Fonte: EURONEWS