Angola, Moçambique e Timor-Leste aderiram hoje ao movimento da sociedade civil que se opõe à adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Em comunicado, a Plataforma Portuguesa das ONGD (organizações não governamentais para o desenvolvimento), uma das fundadoras do colectivo, informou que o movimento «Por uma Comunidade de Valores», anunciado no dia 11 deste mês, registou a adesão de três novas organizações das sociedades civis de Angola, Moçambique e Timor-Leste: a organização Maka Angola, liderada pelo activista Rafael Marques, o Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO) e o Fórum das ONG de Timor-Leste (FONGTIL), respectivamente.
A campanha, que já contava com a participação de organizações da sociedade civil de quatro outros membros do bloco lusófono – Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe –, pretende sensibilizar os chefes de Estado e de Governo da CPLP, bem como o secretário executivo da organização, Domingos Simões Pereira, para que rejeitem o pedido de adesão da Guiné Equatorial, que deverá ser discutido na próxima cimeira, marcada para 20 de julho, em Maputo, Moçambique.
Henriques Viola, director executivo do CEMO, justificou a adesão à campanha por entender que «a adesão da Guiné Equatorial configuraria um verdadeiro retrocesso, na medida em que está claro que a Guiné Equatorial é uma ditadura com alguns salpicos de democracia, numa tentativa de ludibriar a comunidade internacional».
Guilherme Soares, da direcção da FONGTIL, disse que «as nações que pretendam aderir à CPLP, ou a outros organismos semelhantes, devem primeiro melhorar a sua actuação no campo do respeito pelos direitos humanos».
O movimento «Por uma Comunidade de Valores» – uma iniciativa inédita de concertação entre representantes da sociedade civil dos países de língua portuguesa – enviou uma carta, no dia 11 de Junho, aos líderes dos vários países da CPLP, apelando para que rejeitem o pedido de adesão do país africano liderado por Teodoro Obiang.
O movimento reclama que a CPLP adopte critérios mais rigorosos de liberalização política e respeito pelos direitos humanos na avaliação de países candidatos à adesão.
Entre as agora 13 instituições que aderiram à iniciativa (www.movimentocplp.org) estão cinco plataformas nacionais, que representam centenas de organizações não-governamentais. Além da Plataforma Portuguesa de ONGD, fazem parte do colectivo as portuguesas ACEP (Associação para a Cooperação entre os Povos), CIDAC (Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral), Oikos-Cooperação e Desenvolvimento e TIAC (Transparência e Integridade, Associação Cívica).
FONTE: Lusa