A visita de Kofi Annan ao Irão parece ter produzido resultados junto de Damasco. O ministério da Defesa sírio reiterou que o exército vai respeitar o cessar-fogo acordado com a ONU que entra em vigor esta madrugada, reservando-se o direito de “responder a qualquer ataque”.
O enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria visitou esta quarta-feira Teerão. Annan agradeceu o apoio do Irão, um dos poucos aliados do regime de Bachar al-Assad, considerando que o país de Mahmud Ahmadinejad “pode fazer parte da solução” para a crise na Síria.
Por seu turno, o chefe da diplomacia iraniana congratulou-se pelo facto da proposta, apresentada por Annan e aceite por Damasco, não prever a “saída do poder de al-Assad nem uma mudança de regime”, o que, segundo Ali Akbar Salehi “encoraja as negociações” e “dá tempo para o processo de mudança”.
A oposição síria considera, contudo, que há pouca pressão sobre Damasco e insiste que o Conselho de Segurança da ONU devia tomar uma posição “unânime”, advertindo para a possibilidade de uma intervenção militar, caso al-Assad não respeite o acordo. A porta-voz do Conselho Nacional da oposição síria afirma que Damasco só irá “obedecer se vir que já não tem o apoio de nenhum dos grandes poderes”.
Entretanto, a poucas horas da entrada em vigor do cessar-fogo as armas não se calam. O exército sírio continua a bombardear Homs e outros focos da revolta da maioria sunita, apoiada pelo Ocidente e em especial pela Arábia Saudita.
As Nações Unidas estimam que as forças de al-Assad mataram no último ano cerca de 9000 pessoas.
Fonte: Euronews