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    Obras da cidade universitária marcam festas da vila do Soyo

    A antiga vila de Santo António do Zaire, assim baptizada pelo navegador português Diogo Cão, em 1482, hoje Soyo, comemorou no passado 5 de Abril, o 38º aniversário como cidade, categoria a que ascendeu em 1974, através da portaria administrativa nº320, do então Governo Geral de Angola.
    Hoje os holofotes estão virados para a sua reconstrução urbanística. No centro da cidade, estão em fase de conclusão as instalações da Escola Superior Politécnica do Soyo e as casas para docentes universitários e internatos para os estudantes na região.
    O município do Soyo é tido como um dos” motores” da economia do país, consubstanciado na exploração de petróleo.
    A concretização do mega projecto de aproveitamento de gás natural dá ainda maior importância ao Soyo. A fábrica de processamento do gás natural liquefeito (LNG) está praticamente concluída e quando entrar em funcionamento vai ser um reforço importante para a economia angolana.
    Os habitantes da cidade do Soyo festejaram os 38 anos de existência da cidade, de forma muito especial, uma vez que um dia antes se comemorou o Dia da Paz e Reconciliação Nacional e logo a seguir a Semana Santa. Os festejos incluíram actividades políticas, desportivas, recreativas e religiosas.
    Após 38 anos de existência, na cidade do Soyo nem tudo é um mar de rosas. A região, tal como outras do país, enfrenta alguns problemas básicos. O administrador municipal do Soyo, Manuel António, disse à nossa reportagem que apesar de haver ganhos noutros sectores, ainda existem sérios problemas no fornecimento de luz e água potável às populações. Mas estão a ser feitos esforços por parte do Governo Provincial e do Executivo para solucionar essas dificuldades.
    Manuel António disse que foram concluídos, em dez anos de paz, “inúmeros projectos de impacto social nas áreas de educação, saúde e vias rodoviárias”. Estão em execução obras que visam melhorar o fornecimento de água potável e energia eléctrica às populações do município.

    Reconstrução da cidade

    De 1974 a 2012, a cidade do Soyo conheceu muitos avanços em termos de crescimento urbano. A indústria petrolífera deu passos de gigante. A construção de novas infra-estruturas públicas e privadas, com destaque para construção em curso do novo edifício da Administração Municipal, reabilitação do actual aeródromo, as vias de circulação no casco urbano, surgimentos de novos hotéis e agências bancárias demonstram o quanto a região cresceu.
    No sector de Educação, disse o administrador Manuel António, a região cresceu significativamente, com a construção de escolas em todo o município, para o ensino primário e superior. No centro da cidade, estão em fase de conclusão as instalações da Escola Superior Politécnica do Soyo e as casas para docentes universitários e internatos para os estudantes na região. É uma verdadeira cidade universitária.
    Para o segundo ciclo e o ensino primário está em curso a construção de uma escola com oito salas, no bairro Bundila, e uma escola no Wolo com 17 salas. Também estão em curso obras de reabilitação da escola secundária.

    O sector de saúde

    O sector de Saúde é outra área em crescimento para proporcionar a assistência médica e medicamentosa aos habitantes da região. O governo está a construir e reabilitar diversos estabelecimentos hospitalares em todo o município. Na cidade do Soyo está a ser ampliado e reabilitado o Hospital Municipal, que vai passar a contar com 120 camas quando até agora tinha apenas 60.
    A reabilitação compreende a ampliação da maternidade. O hospital vai contar igualmente com nova área de infecto-contagiosas, oftalmologia, urologia e um centro de engarrafamento de botijas de oxigénio hospitalar. Vai contar, igualmente, com uma central interna de tratamento de água potável e de resíduos sólidos.
    A par de ampliação do Hospital Municipal, estão ainda em fase conclusiva a reabilitação dos postos de saúde de Quitona, Mongo Soyo, Pângala, Nona e o centro de saúde da comuna do Quelo.

    Energia eléctrica

    No tocante à produção e distribuição de energia eléctrica e água potável, a cidade do Soyo, regista graves problemas. O administrador Manuel António reconheceu as dificuldades por que passa a população da região.
    Os três grupos geradores a gás instalados no bairro Pângala, a 12 quilómetros da cidade, já não produzem electricidade suficiente para satisfazer as necessidades
    Os grupos geradores deviam fornecer seis mil KVA e só produzem 2.000, porque apenas dois estão em funcionamento, com falhas, o que torna difícil satisfazer a procura. O projecto da construção da central eléctrica do Pângala, que previa inicialmente a instalação de oito grupos geradores de dois mil KVA cada, para produzir 30 kilovolts de energia, não foi concluído.
    Manuel António informou que está em fase de conclusão a construção de uma nova central de produção de energia eléctrica na zona industrial da Base do Kwanda, que compreende a instalação de duas turbinas que vão gerar 22 megawatts, o que considerou suficiente para abastecer a cidade e arredores.
    A montagem das duas turbinas a gás está concluída, resta apenas a instalação da rede de média tensão que vai transportar a energia da fonte para o principal ponto de distribuição e deste passar para os postos de transformação, que vão ser construídos no interior dos bairros para facilitar o consumo.
    A nova central vai produzir 22 megawatts e isso resolve o problema do fornecimento de energia aos bairros do Soyo.

    Água potável

    Na vertente de produção e distribuição de água potável, o administrador do Soyo reconheceu dificuldades na estação de captação e tratamento do Nvuembanga, localizada no bairro Mpinda, uma vez que há um défice na ordem de 50 por cento. A captação produzia 500 mil metros cúbicos de água, mas com as sucessivas avarias, a produção caiu para metade.
    Manuel António informou que a actual central de captação e tratamento de água foi dimensionada para um número reduzido de habitantes. Mas a cidade cresceu vertiginosamente.
    O administrador tranquiliza os habitantes do Soyo: “o governo da província está a trabalhar para aumentar a capacidade de produção e distribuição da actual captação, no sentido de satisfazer a procura.
    Os trabalhos de aumento da capacidade da central de captação e tratamento de água potável estão em curso e já começou a ser colocada a nova tubagem de transporte”.

    Novo aeroporto

    O município do Soyo tem brevemente um novo aeroporto. O projecto, praticamente concluído, compreende uma nova aerogare com dois andares, uma torre de controlo e outros serviços afins.
    O tapete de asfalto da pista está em fase avançada e em breve pode receber aviões de médio e pequeno porte.
    Actualmente, a pista do aeródromo do Soyo tem 2000 metros de comprimento e está habilitada para receber apenas aviões de pequeno porte.

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