RENNES, França – A Autoridade de Segurança Nacional (ASN) classificou provisoriamente de nível 1 (mínimo) o incidente que levou à paralisação do reator nuclear nº 2 da central francesa de Penly.
“A ASN classifica provisoriamente este acontecimento no nível 1 da escala INES”, destaca o comunicado divulgado na noite desta quinta-feira. A escala internacional de acontecimentos nucleares INES vai de 1 (“anomalia”) a 7 (“incidente maior”).
No mesmo comunicado, a ASN assinala que suspendeu o dispositivo de crise acionado no início da noite.
As ações realizadas pelo operador Electricité de France (EDF) no reator “permitiram reduzir, de maneira importante”, a fuga de água do circuito primário do reator e “levá-la a valores permitidos”.
Segundo Jean-Christophe Niel, diretor-geral da ASN, a fuga de água superou os 2.300 litros por hora no início da noite, mas foi reduzida a 66 litros por hora, um nível inferior aos valores máximos admitidos no funcionamento normal do circuito primário.
O diretor da ASN revelou que uma pessoa sofreu queimaduras leves durante a operação para sufocar o incêndio: “é um ferimento limitado”.
No total, 29 pessoas entraram no prédio do reator para apagar as chamas e ninguém sofreu contaminação radioativa, segundo exames realizados após a intervenção, precisou Niel.
De acordo com a EDF, a fuga ocorreu devido a um problema “na junta de uma das quatro bombas de refrigeração do circuito primário do prédio do reator de produção nº 2”.
A EDF havia anunciado um “vazamento de água” radioativa do circuito primário do reator, mas a água foi “conduzida a tanques previstos para isso”. O reator “é resfriado de forma normal” e o vazamento não tem “nenhuma consequência para o meio ambiente”.
Uma equipe de intervenção entrou no local afetado “para inspecionar o conjunto das instalações e verificar que não há problemas em outras seções”.
A princípio, a EDF informou dois focos de incêndio controlados nesta quinta-feira na central nuclear de Penly, onde depois foi constatado o vazamento de água radioativa.
“O circuito primário (…) resfria diretamente o combustível e um vazamento ali é evidentemente de extrema importância”, disse Yannick Rousselet, especialista nuclear da organização Greenpeace.
“Isto é sério, no momento não se pode dizer que há graves consequências ambientais ou para a saúde, mas é um acidente grave em termos de segurança”, estimou Rousselet.
A central de Penly está situada à beira do Atlântico, entre Dieppe e Le Tréport.
Fonte: AFP