A agência Standard & Poor’s (S&P) acredita que a economia europeia pode regressar ao crescimento ainda este ano. Num relatório publicado na quarta-feira, a agência de “rating” (notação) diz que a Europa pode começar a crescer no final deste ano, ainda de forma “modesta”, prolongando a retoma por 2013.
“A Alemanha e outros países do Norte da Zona Euro deverão assistir a um lento crescimento do PIB durante este ano, enquanto os seus vizinhos do Sul, como a Itália, Portugal e Espanha irão sentir os efeitos de uma recessão genuína”, diz o economista chefe da Standard & Poor’s, Jean-Michel Six.
A S&P diz que as injecções de liquidez por parte do Banco Central Europeu (BCE) no sistema financeiro e, por consequência, na economia, melhoraram a confiança dos agentes económicos, apontando para um aumento do consumo privado, a que deve somar-se o crescimento das exportações para os países emergentes, onde o crescimento continua a ser forte.
Entretanto, pela negativa, o índice composto da actividade da indústria transformadora feito pelo instituto Markit sugere “um possível regresso à recessão na Zona Euro”, pelo facto de a melhoria no sector dos serviços não ter sido suficiente para contrabalançar a da produção industrial. Por outro lado, a agência Fitch considera ser “um passo positivo” a decisão dos líderes europeus de aumentar para 700 mil milhões de euros o valor dos fundos de resgate financeiro para fazer face à crise das dívidas soberanas europeias.
“O aumento do montante máximo do ‘firewall’ é um passo positivo e necessário para prevenir o contágio e, portanto, para reduzir o risco da crise de liquidez na Zona Euro”, refere a agência de “rating”, num comunicado citado pela agência de informação financeira Bloomberg. A nova capacidade para emprestar 500 mil milhões de euros não chega para as necessidades de financiamento a médio prazo no caso conjunto da Itália e da Espanha, a qual foi calculada em Dezembro pela Fitch no valor de 521,9 mil milhões de euros, só para este ano. No entanto, irá impulsionar a capacidade do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para actuar como um “investidor âncora”, bem como comprar títulos de dívida no mercado secundário para “evitar contágios”.
O total de 200 mil milhões de euros já comprometidos para os resgates da Grécia, Itália e Portugal não está integrado no fundo permanente, pelo que este pode dispor da sua capacidade total no montante de 500 mil milhões de euros, frisa.
A ideia é que o FEEF, fundo temporário, e o Mecanismo de Estabilidade Europeu, fundo permanente, sejam empregados para emitir dívida nos mercados, em vez dos países-membros utilizarem os fundos como “alternativas aos mercados”.
Assim, considerou a Fitch Rating, será possível prevenir crises de liquidez e conseguir atempadamente que os países ponham em prática “medidas de austeridade e façam reformas estruturais”.