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    PRS quase ‘trai’ UNITA

    A UNITA livrou-se in extremis de arcar com o ónus de carregar isolada o braço de ferro que mantém com o Executivo a propósito da presidência da CNE, já que o Partido de Renovação Social quase abandonou a coalizão, soube O PAÍS de uma fonte na Assembleia Nacional.

    Segundo a fonte deste jornal, na última conferência de líderes das bancadas parlamentares havia sido anunciada já para o próximo dia 27 a tomada de posse dos comissários indicados pelo PRS para ocuparem os assentos na CNE, deixando claramente a UNITA numa situação embaraçosa.

    Segundo uma fonte do Partido de Renovação Social, que assume como ideia desse partido o boicote parlamentar em curso actualmente, “nós escrevemos ao presidente da Assembleia Nacional a pedir a entrada dos nossos membros na CNE”.

    Explicações dadas indicam que com a saída de Isaías Samakuva do país, os parceiros experimentaram algumas dificuldades de comunicação por indisponibilidade dos substitutos do líder da UNITA para concertar estratégias face aos desenvolvimentos posteriores.

    O volte-face

    As pontes de comunicação voltaram a ser relançadas com o regresso de Isaías Samakuva, da África do Sul, onde esteve a relatar os preparativos das eleições junto de várias entidades, e ainda na segunda-feira os parceiros voltaram a manter um encontro para apreciar as nuances do processo.

    Nesse mesmo encontro foi decidida a remissão de uma outra carta pelo PRS ao presidente da Assembleia Nacional a anular o sentido da primeira.

    O PAÍS apurou, por outro lado, que aquando do encontro dos partidos representados na Assembleia Nacional com a sub-secretária de Estado norte americana, Wendy Sherman, terá ficado a garantia desta em como a comunidade internacional não reconheceria os resultados, caso o processo eleitoral não fosse organizado de maneira transparente, sinalizando no sentido de todos os partidos políticos participarem nas eleições.

    Este dado terá sido interpretado de maneira sensível o que impeliu os renovadores sociais a optarem por entrar na CNE, aguardando por desenvolvimentos do processo preparatório das eleições gerais. O volte face verificado pode significar que o líder da UNITA terá trazido novidades e outras garantias que os leve a Eugénio Mateus ter o actual diferendo.
    Cenários de uma pós rotura…

    Um cenário de retirada do PRS acarretaria algumas dificuldades para a UNITA, já que a bancada da FNLA representada por Ngola Kabangu é vista nos meios judiciais como não tendo legitimidade para prosseguir nesta senda, por estar em rota de colisão com a nova direcção do partido legalizada pelo Tribunal Constitucional, podendo as suas diligências serem facilmente desqualificadas.

    Aliás, como terá feito saber oportunamente o Conselho Superior da Magistratura Judicial, assiste apenas aos partidos políticos a legitimidade para questionar ou pleitear nos tribunais querelas políticas ou de outra natureza, o que não acontece com a FNLA que tem em Lucas Ngonda o novo presidente.

    A consumar-se um abandono do PRS, não seria a primeira vez que este partido fraquejaria no limite, já que aquando da aprovação da Constituição, em 2010, levou até ao extremo a decisão de não participar da sessão plenária da Assembleia Nacional para o efeito, mas acabou por voltar ao parlamento e votou favoravelmente a nova carta magna de Angola, deixando a UNITA “orgulhosamente só”.

    Teria de haver igualmente uma prudente reavaliação de toda a estratégia que, por imperativos de sensatez, deveria afastar rigorosamente a não participação no pleito eleitoral sob pena de perder protagonismo político e arriscar-se a experimentar dificuldades acrescidas para um novo regresso ao parlamento.

    Entretanto, observadores consideram pouco crível que este cenário venha a ter lugar, tendo em conta que pode defraudar os apoiantes da UNITA, cuja coesão já se acha de certo modo abalada com a saída de Abel Chivukuvuku, que arrastou consigo alguns membros influentes da sua direcção e outros militantes de base para a causa da sua CASA, além de se pôr em xeque a própria existência do partido fundado por Jonas Savimbi.

    Fonte: O PAÍS

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