A estrada nacional número 100, que liga as províncias de Luanda e Benguela passando pelo Kwanza-Sul, está a receber obras de reabilitação. Automobilistas, responsáveis e moradores dos arredores da cidade do Sumbe não conseguem esconder a sua satisfação pelo facto.
Quando passavam alguns minutos das 10h00 do passado dia 22, a zona do controlo Sul, no desvio do Sumbe para a cidade de Benguela e o município de Seles, registava uma moldura humana considerável. A manhã estava cinzenta e ameaçava chuva. Mas quando começou o acto de consignação, o sol surgiu, para alegria dos presentes e dos automobilistas que circulavam naquela via.
Além dos representantes das empresas, para a celebração do contrato de reparação de troços rodoviários, estavam presentes anciãos, homens, mulheres, jovens e algumas crianças.Os presentes testemunharam as consignações do Programa de Conservação e manutenção de estradas dos troços Luanda/Barra do Kwanza/Rio Longa/Porto Amboim/Sumbe/Eval Gerra/Culongo/Lobito/Benguela.
A reportagem do Jornal de Angola soube, no local, que as premissas do referido programa prevê garantir as condições adequadas de tráfego, proporcionar qualidade, segurança e economia para os utentes.
Estabelecer critérios que incentivam as acções preventivas e implantar uma base de dados com condições de desempenho que permita um controlo global do programa e a instalação do processo contínuo de conservação das estradas constam, também, das premissas.
“É preciso dar importância ao plano de conservação e manutenção de estradas, não só a Estrada Nacional número 100, como todas, tanto as nacionais, as principais, as secundárias e as terciárias”, disse o coordenador da comissão de gestão do Instituto de Estradas de Angola (INEA), Molares de Abril, que testemunhou o acto. O responsável, que se fez acompanhar no “terreno” com quadros do INEA, referiu ao Jornal de Angola que o programa prevê, ainda, o melhoramento do traçado. “A faixa é estreita. Ou seja, é de duas vias. É necessário alargá-la e sinalizá-la”, frisou.
O responsável pela gestão do INEA reconheceu que a má drenagem do pavimento não permite uma certa durabilidade da estrada. “A qualidade das estradas não está em causa. O que está em causa é a má drenagem”, salientou.
Dezenas de lotes em reabilitação
Estão actualmente receber trabalhos de reabilitação no quadro do Plano de Conservação e Manutenção de Estradas 60 lotes rodoviários. Mais de cinco mil quilómetros estão a ser reabilitados e “já lançamos mais nove lotes”, adiantou Molares de Abril.
Para reduzir a sinistralidade, estão previstas acções de alargamento da via, reforço do pavimento e outros serviços de vulto.Interrogado sobre a conservação e manutenção das pontes, garantiu que “há um programa específico que vai ser levado avante nos próximos tempos”.
Depois da assinatura das consignações pelo dono das obras, INEA e os representantes das empreiteiras, a comitiva foi “fiscalizar” algumas obras que estão a decorrer.
O vice-governador para a área Técnica da província de Benguela, Neto Sakongo, ficou “satisfeito” com as consignações e com as obras de reabilitação que estão a decorrer em alguns troços da via entre o Sumbe a Benguela.
“Com a paz efectiva, há dez anos, esta estrada nacional, que liga o Norte, Centro e Sul do país deve merecer mais atenção em todos os aspectos”, disse Neto Sakongo.
O seu homólogo do Kwanza-Sul, Henrique Calengue, em poucas palavras, depois da visita, referiu que “o vice de Benguela está coberto de razão. Por isso é que, além da consignação, viemos aqui. A estrada nacional número 100 merece muita atenção”, disse. Os automobilistas, ouvidos pela reportagem do Jornal de Angola, foram unânimes em afirmar que “a reabilitação e construção de estradas é fundamental, porque além de permitir a circulação de pessoas e bens, permite também que os carros não avariem com facilidade”.
Porto Marítimo
No município do Porto Amboim, Kwanza-Sul, está a ser construído um Porto Marítimo, disse ao Jornal de Angola Miguel Andrade, director da construtora Conduril. Em termos técnicos, o referido Porto vai ter uma base metálica e consiste numa costagem com 500 metros e uma profundidade de 16 metros.
A construtora, que tem os seus contratos dentro dos prazos, além de estar a zelar pela conservação e manutenção do troço Lobito/Benguela, está, ainda, a executar obras em várias províncias, com destaque para a de Malange. “As nossas obras têm estado a correr bem em todas as províncias”, disse Miguel Andrade, que rubricou, pela Conduril, o contrato de consignação do troço que liga as cidades do Lobito e Benguela de 35 quilómetros
Acidentes rodoviários
A estrada nacional número 100 continua a ser palco de acidentes, muitos deles aparatosos. São visíveis camiões, entre Benguela e Sumbe, que se despistaram em ribanceiras e choques entre veículos ligeiros e ligeiros e pesados.
Alguns moradores dessas áreas afirmam que “os acidentes acontecem mais durante a noite e de manhã”. Sábado e domingo são os dias mais críticos, mesmo com a prevenção rodoviária feita pelos reguladores de trânsito.
“Os que vêm de Luanda, Sumbe e Benguela vêm na brasa e ignoram os sinais de trânsito”, disse um agente de trânsito, que se encontrava a sensibilizar os automobilistas no controlo de Porto Amboim.
Fonte: JA