Um grupo de deputados à Assembleia Nacional visitou ontem o centro de acolhimento de mulheres reclusas dos Serviços Prisionais de Viana, para se inteirar das condições sociais de alojamento.
Na cadeia de Viana, com capacidade para albergar 400 reclusas, estão detidas 251 desde Fevereiro, sendo 111 detidas e 140 condenadas. As reclusas estão enquadradas nos trabalhos sociais.
A deputada Mariana Afonso, que coordenava a visita do grupo de deputados, disse que o objectivo foi prestar apoio e solidariedade às mulheres privadas de liberdade. Mariana Afonso pediu às detidas que aproveitem o período em que se encontram encarceradas para reflectirem a fim de se tornarem melhores pessoas, para a construção de uma sociedade mais desenvolvida.“Viemos dar o nosso apoio e conforto psicológico neste mês da mulher, para que elas tenham um pouco de atenção e para que se apercebam de que não nos esquecemos delas”, disse a deputada.
O director nacional dos Serviços Prisionais reafirmou na ocasião a construção de um centro de internamento na província do Kwanza-Sul, com o objectivo de albergar reclusos mais jovens. Domingos Ferreira Andrade disse que aquela instituição está a trabalhar em parceria com o Instituto Nacional da Criança (INAC) para formar quadros nos domínios da assistência social e modernização dos serviços prisionais. Domingos Ferreira afirmou que as principais causas de detenção nos serviços prisionais são o roubo, homicídio e tráfico de drogas.
Esperança Tito, condenada há mais de cinco anos por homicídio, manifestou satisfação pela visita dos deputados e pelos donativos que receberam, compostos por leite, fraldas descartáveis e farinha láctea. “Os nossos familiares abandonaram-nos e reprovaram-nos, mas a visita de hoje representa uma vez mais que alguém se lembra de nós e está solidário até um dia alcançarmos a nossa liberdade”, disse.
A directora do estabelecimento prisional feminino, Etelvina Santana, disse que as visitas são salutares, porque muitas vezes elas são abandonadas pelos familiares e reprovadas pela sociedade.
Fonte: JA