Mauro Matos de Sousa “era aquele miúdo que, na faculdade, quando os colegas diziam que queriam ir trabalhar para fora, dizia sempre que não queria sair de Portugal”. Tem 26 anos
e trabalha há um ano em Luanda, como consultor financeiro. “Tinha saído de uma empresa poucas semanas antes e surgiu a oportunidade de vir para Luanda”, recorda.
A vontade de “ir à aventura, ter novas experiências de vida e de trabalho” pesou na decisão de Mauro, que nunca tinha saído da casa dos pais.
“No início não foi fácil. Vim sozinho, não conhecia ninguém. Tive de fazer novos amigos numa cidade confusa”.
Ao contrário do que acontecia no passado, “a legalização foi um processo muito célere”, conta. Hoje, diz que se “ganha amor a Angola” e que “agora entendo porque diziam tão bem do país as pessoas que cá tinham vivido”.
Angola está a desenvolver-se “a um ritmo alucinante. Vamos de férias a Portugal e quando voltamos as coisas estão diferentes”.
Além de três viagens anuais de ida e volta a Portugal, a alimentação (“muito cara”) é um custo suportado pela empresa.
O que permite acumular alguma poupança. “Transferir dinheiro de Angola para fora é que não é tão simples”. Há um limite de cinco mil dólares mensais.
Em termos de segurança, “embora seja necessário ter alguns cuidados, Luanda já não é o que se diz. É possível sair de um escritório e andar a pé, sozinho, de fato e a falar ao telefone”. “Neste momento, há uma menor insegurança, pelo que se ganha menos, mas tendo em conta a conjuntura em Portugal, vale muito a pena vir para cá”, rematou.
Fonte: Jornal de Negócios