Rio de Janeiro – O ministro angolano do Interior, Sebastião Martins, em visita ao Brasil, deslocou-se hoje à Favela do Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, onde tomou contacto com as experiências das acções que as autoridades brasileiras têm desenvolvido para melhorar a segurança nestas áreas consideradas de alto risco, do ponto de vista do crime organizado (tráfico de drogas ou milícias).
A favela do Morro da Mangueira, pacificada há seis meses, encontra-se agora sob vigilância do Quarto Batalhão da Unidade da Polícia Pacificadora (UPP) que, para a realização do seu trabalho com eficiência, conta com cerca de 400 efectivos que supervisionam os diversos sectores do morro, tais como o sector Bravo, Delta, Charles, Hercules, Fox, dos Três tombos (um dois mais críticos) e Alfa, este último visitado pela delegação angolana, encabeçada pelo ministro do Interior.
Antes da visita ao interior desta Favela, o ministro do Interior, acompanhado do comandante-geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, entre outros altos responsáveis do Ministério do Interior e altas patentes da corporaão, recebeu explicações da forma de actuação da UPP nestes territórios (favelas) que antes de serem pacificados eram tidos como autênticos estados paralelos controlados por milícias.
Em declarações exclusivas à Angop, o ministro do Interior da República de Angola considerou bastante positiva a visita ao interior da favela do Morro da Mangueira.
“Esta visita foi (visita) das mais importantes da nossa deslocação ao Brasil, particularmente aqui no Estado do Rio de Janeiro, porque queríamos ter uma ideia daquilo que foi o grande feito da polícia do Rio e a sua Secretaria Pública em entrar no interior das Favelas”, notou.
Segundo o titular da pasta do Interior, era uma situação que não se verificava há mais de trinta anos, adiantando que a polícia em algumas partes destes territórios não entrava praticamente porque era dominada pelos traficantes.
“Então era para nós importante esta visita porque embora não termos a mesma realidade que o Rio de Janeiro do ponto de vista da violência criminal, mas preocupa-nos estas experiências para evitar que Luanda tenha situações complicadas do género, fez saber.
O governante angolano disse ter se deparado com uma componente de intervenção comunitária da própria polícia com a comunidade que é bastante interessante, nomeadamente na área de intercâmbio cultural, desportivo, acções formativas e palestras de sensibilização onde, de facto, a população é participante activa no esforço de segurança da sua área de residência.
A UPP (Unidade de Polícia Paficicadora) é um projecto da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro que pretende instituir polícias comunitárias em favelas principalmente na capital do Estado, como forma de desarticular quadrilhas que antes controlavam estes territórios como estados paralelos.
Antes do projecto, inaugurado em 2008, apenas a favela Tavares Bastos, entre as mais de 500 existentes na cidade não possuía crime organizado (tráfico de drogas ou milícias).
A primeira unidade (UPP) foi instalada na Favela de Santa Marta em Novembro de 2008. Posteriormente outras unidades foram instaladas na cidade de Deus, no Botan, Pavão-Pavãozinho, Morro dos Macacos, entre outras.
Até ao momento foram instaladas 20 unidades, sendo que a última na comunidade da Rocinha, no bairro São Corado, zona Sul.
Fonte: Angop
