O ministro das Finanças de Portugal, Victor Gaspar, chegou ontem à noite a Luanda para dois dias de trabalho, durante os quais deve discutir assuntos como a compra de acções da GALP pela Sonangol, o fim da dupla tributação e a criação da Bolsa de Valores de Luanda.
Com Victor Gaspar chegaram o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, e a secretária de Estado do Tesouro e das Finanças, Maria Luísa Albuquerque.
Hoje, Victor Gaspar reúne-se com o seu homólogo angolano, Carlos Lopes, e com o governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano.
Amanhã está previsto um encontro com o ministro de Estado para a Coordenação Económica e ex-presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Manuel Vicente, e com o actual presidente da petrolífera nacional, Francisco de Lemos José Maria.
A venda dos 33,34 por cento da GALP por parte da ENIna qual a Sonangol está interessada, é o tema forte das conversações.
Segundo o “Jornal Económico”, as negociações decorrem em paralelo. Italianos da ENI querem assegurar a venda da totalidade dos 33,34 por cento das acções que detêm na GALP A venda da participação de 33,34 por cento da ENI na GALP está a ser negociada em duas frentes. A primeira envolve a enpresa Amorim Energia, accionista de referência da petrolífera portuguesa, também com 33,34 por cento, que pretende exercer o seu direito de preferência na compra de parte da posição da ENI.
A outra envolve a Sonangol, que procura concretizar a velha ambição de entrar directamente no capital da GALP. Em qualquer um dos casos, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que tem um por cento da GALP e representa os interesses do Estado Português, tem sempre de abdicar da sua opção de compra. Um direito que está consagrado no acordo parassocial entre a ENI, a Amorim Energia e o banco público, válido até 2014. A complexidade dessa operação obriga ainda a um entendimento prévio entre os accionistas da própria Amorim Energia, sociedade controlada em 55 por cento por Américo Amorim.
Amorim Energia tem de abdicar a favor da Sonangol, para que esta possa adquirir parte das acções da ENI. Um objectivo que, até há pouco tempo, esbarrava na oposição de Américo Amorim.
Fonte: JA