O general Abílio Kamalata Numa disse em Benguela que as autoridades angolanas estão a destruir a última ponte da reconciliação nacional em Angola, ao reprimir violentamente manifestações pacíficas.
O ex-secretário-geral da UNITA, que falava durante um comício realizado no Município do Cubai, referiu que a situação em Angola está tensa perspectivando uma eventual revolta popular se as autoridades angolanas insistirem na violência política para a manutenção do poder.
“Sempre estamos a alertar para que não destruam as últimas pontes que nos permitem a reconciliação nacional” apelou o general Numa, acrescentando que “ o dr. Filomeno merece respeito por aquilo que tem feito por este país. Não é criminoso; não é ladrão. É um patriota que luta para o povo angolano e não pode ser partido o braço dele por um tipo qualquer.”
Refira-se que acção policial subsidiada por uma alegada milícia resultaram em ferimentos grave e detenções de manifestantes nas províncias de Luanda e Benguela. O secretário-geral do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, levou um golpe profundo na cabeça e ficou com braço esquerdo fracturado em três sítios.
Segundo Numa, a repressão ocorrida no passado dia 10 do corrente foi efectuada por mercenários a mando do presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos.
O dirigente partidário considera que os abusos efectuados pelo regime chegaram ao “limite do insuportável,” tendo apelado aos militantes do seu partido a recorrerem à desobediência civil, em defesa dos angolanos.
“Eles estão-nos a ensinar como nos vamos defender um dia. Eduardo dos Santos entenda isso, ele não vai partir os braços de todos e mais, quem tocar no angolano vai pagar.”
Abílio Kamalata Numa defendeu ainda a necessidade de reformas democráticas urgentes a fim de se mitigar um futuro conflito social no país.
Fonte: VOA