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    Sonangol continua a negociar aumento de capital na Galp

    A intenção da Sonangol em aumentar o capital na Galp mantém-se de pé. As negociações com a petrolífera italiana ENI, que pretende alienar a sua participação avaliada em 33,34 por cento, continuam desde o ano passado, mas desconhece-se horizonte temporal para o seu desfecho.

    “A Sonangol tem intenção de fazer parte desta alienação, mas como disse, não temos muito mais informações, estamos a conversar com os nossos parceiros na Galp e em devido tempo vamos a dar a conhecer os resultados da saída da ENI na Galp”, disse recentemente à imprensa o PCA da empresa, Francisco Maria de Lemos Maria.

    Por sua vez, a Bloomberg noticia que os italianos não vão vender à Sonangol a totalidade da sua participação na Galp, já que, segundo fonte próxima do processo, o governo português não quer que os angolanos tenham o controlo da empresa petrolífera. O restante do capital da ENI na Galp deverá ser vendido a investidores financeiros.

    A ENI tentou vender a sua parti cipação à Petrobrás no ano passado mas, após vários meses de negociações, os brasileiros acabaram por desistir.

    O presidente executivo da ENI, Paolo Scaroni, disse, no mês passado, que está pronto para vender a sua participação na Galp porque não está disposto a continuar como um investidor minoritário a longo prazo.

    Nos termos do acordo de acionistas da Galp, válido até Março de 2014, a Amorim Energia, detida por Américo Amorim e Sonangol, tem direito de preferência sobre a venda da ENI e já é accionista da petrolífera portuguesa com outro bloco de 33,34 por cento.

    Paolo Scaroni disse, recentemente, numa conferência com investidores, que a participação da ENI na Galp vale, pelo menos, 3,7 mil milhões de euros.

    A petrolífera angolana Sonangol anunciou a 24 de Fevereiro estar interessada na participação que a empresa italiana ENI tem na Galp, estando em curso negociações para consolidar essa pretensão. Baptista Sumbe, administrador da companhia angolana, afirmou que «a Sonangol tem intenção de também fazer parte dessa alienação (da ENI)”.

    “A ENI, de facto, manifestou o interesse de alienar a sua participação na Galp. Há intenções do Governo português em manter alguma presença nesta alienação da ENI, através de empresas portuguesas”. Baptista Sumbe concluiu a referência à Galp Energia destacando que a Sonangol «está a conversar» com os seus parceiros da empresa portuguesa.

    «Em devido tempo vamos informar quais os resultados da saída da ENI da Galp». As acções da Galp estão a recuar 1,60 por cento, para os 13,210 euros.
    Participação

    Consta que a Sonangol detém, juntamente com Isabel dos Santos, uma participação indirecta de cerca de 15 por cento no capital da Galp Energia, por via dos 45 por cento que detém na Amorim Energia (através da offshore Esperanza). É a Amorim Energia que detém directamente 33,34 por cento da Galp.

    “Em momento algum dissemos à sociedade e ao mundo que queríamos aumentar a participação na Galp, onde a petrolífera Angola, se for possível aumentar tudo bem, mas não é esse o nosso objectivo, o nosso objectivo é ter uma participação directa”, ripostou, na altura, o ex-PCA da Sonangol, Manuel Vicente.

    História da Galp

    Desde as suas origens, a história da Galp Energia cobre quatro séculos e está amplamente associada à evolução industrial de Portugal. Conhecer a história da Galp Energia é entender melhor o desenvolvimento recente da economia portuguesa.

    A Galp Energia é um grupo empresarial único em Portugal. As empresas que hoje a integram contribuíram, com a criação e o desenvolvimento de novas portunidades, para o seu posicionamento actual, como operador integrado multi-energia. A diversificação da sua carteira de negócios reflecte as várias competências que desenvolveu ao longo do tempo.

    A génese da Galp Energia, na altura sob outra designação, remonta ao século XVIII. Em 1780, Lisboa começa a ser iluminada com os primeiros candeeiros a azeite. Do azeite ao carvão, da iluminação a gás ao petróleo e ao gás natural, passaram-se anos de evolução técnica, económica e social. Ao ritmo do aparecimento destas novas fontes de energia surgem várias empresas a CRGE, a Sonap, a Sacor, a Cidla, a SPP e a Petrosul que traçam os destinos do setor energético em Portugal e darão mais tarde origem à Galp Energia.

    A Galp Energia foi constituída em 22 de Abril de 1999 com o nome de GALP – Petróleos e Gás de Portugal, SGPS, S.A. e com o objectivo de explorar os negócios do petróleo e do gás natural na sequência da reestruturação do sector energético em Portugal. A Galp Energia agrupou a Petrogal, a única empresa refinadora e a principal distribuidora de produtos petrolíferos em Portugal, e a Gás de Portugal, empresa importadora, transportadora e distribuidora de gás natural em Portugal Em 1999, é constituída a Galp Energia, totalmente detida pelo Estado português, que agrega os negócios da Petrogal e da GDP e é o veículo de reestruturação dos sectores do petróleo e do gás natural em Portugal. No mesmo ano, inicia-se a privatização da Galp Energia através dum aumento de capital subscrito pela Petrocontrol, EDP, Caixa Geral de Depósitos, Portgás e Setgás.

    Em 2007, confirma-se que os volumes recuperáveis da descoberta Tupi, no bloco BM-S-11 na Bacia de Santos, no Brasil, poderão situar-se entre os 5 e os 8 mil milhões de boe de petróleo e gás natural, constituindo assim uma das maiores descobertas dos últimos trinta anos. A Galp Energia tem um participação de 10 por cento no consórcio que explora este bloco e de que também fazem parte a operadora Petrobras, com 65 por cento, e o BG Group, com 25 por cento.

    A Sonangol tem intenção de fazer parte desta alienação.

    Fonte: OPAIS

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