As obras de reabilitação e ampliação dos cerca de 78 quilómetros da estrada que liga a sede municipal de Maquela do Zombo à comuna do Béu, província do Uíge, decorrem a bom ritmo, numa empreitada que custou aos cofres do Estado mais de 198 milhões de kwanzas.
O encarregado de obras da construtora, Hélder Miguens, disse na sexta-feira, ao Jornal de Angola, que os trabalhos de reabilitação da via, incluindo as pontes e pontecos, se encontram numa fase avançada. Apesar das condições arenosas que a terra apresenta, o prazo de seis meses, estabelecido pelo governo da província para a conclusão da obra, vai ser cumprido.
A empresa mobilizou mais de 30 trabalhadores, na sua grande maioria angolanos, entre encarregados de obras e operadores de máquinas e, deste modo, garantiu que estão criadas as condições técnicas, humanas e logísticas para que a obra seja executada dentro dos prazos acordados.
O administrador municipal de Maquela do Zombo, António João Socolove, esclareceu que após a conclusão e entrega da obra em curso, a construtora vai igualmente efectuar a reabilitação das vias que ligam as comunas de Sacandica e Cuilo Futa.
“Assim que concluírem as obras de reabilitação da estrada que liga as três comunas do município, Béu, Sacandica e Cuilo Futa, vamos construir, nestas localidades, novos centros e postos de saúde, escolas, incentivar a criação de cooperativas, associações agrícolas e mercados rurais nas diversas localidades do município”, afirmou. A administração municipal tem em vista, para este ano, a construção de uma escola com seis salas na localidade de Quimbata destinada às populações que residem próximo da fronteira com a República Democrática do Congo.
António João Socolove sustentou que um dos objectivos é impedir que as crianças da província atravessem a fronteira para estudar naquele país.
Em Maquela do Zombo estão a ser executadas obras de reabilitação e construção de vários equipamentos sociais e económicos, com realce para a construção, reabilitação e ampliação de centros de saúde nas localidades de Sacandica e Béu, além de um outro e uma escola na localidade de Quitala.
No município, os funcionários de instituições públicas e privadas sentem a falta de mais agências bancárias, para facilitar o processo de transferência dos seus ordenados, depósitos e levantamentos de dinheiro, entre outras operações financeiras. O professor João Soares disse que muitos funcionários enfrentam inúmeras dificuldades para terem os seus ordenados em dia, por o município possuir apenas uma agência do banco BIC. “É necessário que surjam também outras agências, para alterar este quadro, tendo em conta que a única agência existente não tem capacidade para atender a procura de trabalhadores e comerciantes desta região”, disse, acrescentando que “a situação é ainda pior porque os funcionários colocados no município da Damba também fazem a suas operações bancária aqui”.
Samuel Artur, enfermeiro, diz ser urgente o governo da província e as direcções centrais dos bancos zelarem por este município, atendendo ao número de habitante que possui e que muito sofrem com a situação, sobretudo os funcionários públicos.
“Temos enfrentado muitas dificuldades. A única agência bancária existente tem sido insuficiente para atender a procura. Às vezes ficamos mais de dois dias sem realizar qualquer operação bancária. O banco está sempre cheio e algumas vezes tem faltado dinheiro”, lamentou o comerciante Salaquiaco Afonso.
O administrador também considera que entre outras questões, a falta de dependências bancárias tem contribuído para as ausências constantes dos funcionários nos seus locais de trabalho, lembrado que quando se deslocam para outras sedes municipais ou mesmo para a cidade do Uíge para levantarem os seus ordenados, acabam por permanecer muito tempo fora dos seus postos de serviço.
Para se pôr fim a este problema, é fundamental que surjam mais agências de operadores bancários e António João Socolove garante que o município possui espaços suficientes para a instalação de qualquer tipo de banco.
“O município possui um número elevado de médios e pequenos comerciantes, além de um número considerável de funcionários públicos e privados, que encontram inúmeras dificuldades para efectuarem as transacções bancárias”, acrescentou.
O município de Maquela do Zombo fica a cerca de 310 quilómetros a norte da cidade do Uíge. Possui quatro comunas, nomeadamente, Quibocolo, Cuilo Futa, Béu e Sacandica, 306 aldeias e uma população estimada em 304 mil habitantes.