O presidente italiano Giorgio Napolitano classificou hoje de ‘inexplicável’ a atitude do governo britânico no caso da operação de resgate na Nigéria, que resultou na morte de dois reféns, um britânico, outro italiano. Em causa está o facto de o Reino Unido não ter «informado nem consultado» o governo italiano antes de arrancar com a operação.
Segundo a BBC, David Cameron defende-se afirmando que os dois reféns – Chris McManus, britânico de 28 anos, e o engenheiro italiano Franco Lamolinara –, mantidos prisioneiros desde o passado mês de Maio, estariam em «perigo iminente e crescente». Daí a necessidade de uma acção rápida.
A falha dupla, tanto de resgatar os reféns com vida como de juntar os governos britânico e italiano na tarefa, tem conduzido a duras críticas à administração de David Cameron, mas não só.
De acordo com a Associated Press, o episódio tem igualmente servido de pretexto para a classe política italiana incendiar com críticas o governo de tecnocratas liderado pelo primeiro-ministro Mario Monti, acusando-o de ser ineficaz em relações internacionais.
Acredita-se que o sequestro em Maio de 2011 tenha sido levado a cabo por extremistas islâmicos possivelmente vinculados à Al-Qaeda, numa altura em que os dois engenheiros estavam a trabalhar num projecto de construção de um banco na Nigéria.
Ambos terão sido mortos durante a operação de resgate organizada pelas forças especiais britânicas e as forças militares da Nigéria. Segundo avança a Associated Press, o Reino Unido afirma que os reféns foram mortos pelos raptores, enquanto um oficial da Nigéria se limita a referir que ambos perderam a vida durante o tiroteio que deflagrou aquando do início da operação.
Fonte: SOL