A Polícia Económica está a concluir a instrução do processo da tentativa de roubo de dez milhões de dólares dos cofres do Banco de Comércio e Industria (BCI), operação arquitectada por um técnico de informática, no dia 25 de Janeiro.
Segundo fontes da Direcção Provincial da Polícia Económica, os envolvidos encontram-se detidos, enquanto se faz a instrução do processo para a Direcção Nacional de Investigação Criminal.
A fonte da Polícia Económica diz que é uma situação recorrente nos bancos comerciais angolanos, mas limitou-se a informar que não se trata do primeiro nem único caso do Banco de Comércio e Indústria, além de que outros bancos também vivem situações semelhantes.
Sobre o roubo dos dez milhões de dólares, um funcionário do Banco de Comércio e Indústria contou ao OPAÍS que a operação ocorreu no dia 25 de Janeiro, quando um técnico de informática (estagiário) transferiu da conta de uma empresa de telefonia móvel para conta do empresário Artur Almeida o citado valor.
Dois dias depois, no dia 27 de Janeiro, a direcção do Banco de Comércio e Indústria apercebeu-se da operação, que foi considerada como «muito bem executada e por um profissional altamente qualificada na matéria».
A fonte diz que o estagiário não movimentou um único papel, fez toda a operação apenas utilizando o computador e o facto de se tratar de dez milhões de dólares chamou atenção a direcção do Banco de Comércio e Indústria.
O mesmo funcionário do banco diz que o empresário Artur Almeida foi visto um dia antes da operação ser abortada, na agência Sede. Mas no dia seguinte foi o seu funcionário que apareceu na dependência.
A fonte não soube explicar se o funcionário do empresário Artur Almeida procurou levantar o referido dinheiro, tão pouco esclarece se o empresário tencionava movimentar os tais dez milhões.
O empresário Artur Almeida disse, a partir de Cuba, que não tem nada a ver com o assunto e que já falou com a empresa afectada. “Espero que as autoridades competentes façam o seu trabalho. Tentaram envolver o meu funcionário e a minha empresa mas garanto-vos que não tenho nada a ver com essa situação. Já falei com a empresa de telefonia a que pertencem os valores e fiz chegar a minha posição.
Estou descansado”, disse a OPAÍS.
O Departamento de Marketing do Banco de Comércio e Indústria disse à nossa reportagem que prefere não comentar o assunto para evitar atrapalhar as investigações.
Fonte: O País