O embaixador de Angola em França, Miguel da Costa, participou esta semana em Paris num encontro de trabalho entre um grupo de senadores franceses e os embaixadores da SADC acreditados naquele país europeu.
O encontro ocorreu a convite do Grupo de Amizade França-África Austral do Senado francês e serviu para aflorar a situação da região.
Na qualidade de presidente do Grupo, Miguel da Costa considerou que “este encontro pode permitir a criação de uma plataforma adequada para a promoção da SADC e o reforço da amizade entre os povos”. Miguel da Costa procedeu à apresentação da organização através de um breve histórico, os seus objetivos, as suas instituições, as suas conquistas e os seus desafios constantes na Declaração de Luanda.
O diplomata apresentou os principais desafios da região, sobretudo aqueles que interessam a França, com destaque para a atracção de investimento directo francês, principalmente nas áreas da agricultura, indústria e serviços, facilitando a penetração das pequenas e médias empresas francesas que estão actualmente em dificuldades.
Ao mesmo tempo, manifestou abertura dos países da região em absorver a experiência francesa em matéria de turismo. No encontro aflorou-se a questão da pirataria que representa uma ameaça à segurança marítima e às economias de alguns países.
Os participantes reconheceram que o seu combate deve começar em terra e não no mar, requerindo uma junção de sinergias. Os senadores franceses interrogaram como a região estava a gerir os seus recursos hídricos e qual era a relação que existia com a Europa em matéria de agricultura.
Foram informados que a distribuição de água era feita através de infra-estruturas de abastecimento construídas entre um país fornecedor e os países vizinhos, ao passo que em matéria de agricultura, na maioria dos casos, esta relação consubstancia-se a venda de material e equipamento agrícola e não existe sob a forma de investimento direto. O presidente do Grupo de Senadores, Joel Bourdin, lamentou a relutância do empresariado francês em investir na região e procurou saber se as condições estão reunidas para tal, ao que foi informado dos vários incentivos existentes, para além do mercado disponível naquela região.
“A França tem de estar mais presente cultural e economicamente na região”, defendeu. No tocante ao turismo, referindo-se ao potencial existente na região, o senador sugeriu que existe o constrangimento das tarifas aéreas, mas defendeu que a SADC deve fazer um melhor aproveitamento do seu potencial para a captação de turistas.
A aproximação entre a França e a região austral foi reforçada aquando do Colóquio da SADC que teve lugar em Paris em Agosto de 2010.
Fonte: Jornal de Angola
