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    Novos meios apoiam estudantes da Mapunda

    A aluna Aldaira Jones é deficiente motora e segue os movimentos da professora numa das salas de educação especial. Os indícios de recuperação física e mental da aluna, de cinco anos, aparecem um mês depois de começar a frequentar as aulas na Escola Polivalente de Ensino Especial da Mapunda, arredores do Lubango.
    Os movimentos da menina levam a professora Idalina de Fátima a continuar com as sessões especiais para devolver à simpática aluna as capacidades de locomoção e de raciocínio, perdidas há três anos.
    O processo de recuperação dos alunos limitados física e mentalmente tem aulas de 45 minutos, em que a professora utiliza papéis e brinquedos didácticos para reabilitação combinada das capacidades motoras e mentais. A aula de Aldaira despertou a atenção da delegação da Fundação Lwini e do governo da província da Huíla, que doou equipamentos didácticos adaptados às condições físicas de centenas de alunos matriculados na instituição.
    A mãe de Aldaira, Ermelinda Pereira, que assiste às aulas, conta que Aldaira nasceu sem problemas mas com andar do tempo começou a apresentar limitações para andar, falar e segurar objectos.
    A mãe reconhece que a Aldaira evoluiu em relação ao período em que estava fora do sistema de ensino especial. Por isso, manifesta alegria pela recuperação da filha e acredita em dias melhores.
    “Ela já esteve muito prior. Agora ela consegue abrir as mãos, mexer os pés e segurar alguns objectos. Isto é muito positivo para mim e tenho fé que brevemente ela volta a andar ”, declarou.

    Apoio à escola modelo

    Uma delegação da Fundação Lwini, encabeçada pelos director-executivo, Alfredo Ferreira, doou materiais didácticos e equipamentos informáticos para apoio às aulas na Escola Polivalente de Ensino Especial da Mapunda. Foram oferecidos seis computadores, software, impressoras, 100 pautasBraille, igual número de réguas, punções e 30 guias adaptados para alunos invisuais
    Alfredo Ferreira disse que a doação consta do programa de apoio ao ensino especial nas províncias da Huíla, Benguela e Uíge. A segunda fase da iniciativa inclui a formação de 300 docentes de todo país em matériass específicas. “O processo de ajuda é gradual e vai incidir proximamente na introdução de outros equipamentos”, anunciou.
    Alfredo Ferreira considerou a escola polivalente do ensino especial da Mapunda como um modelo no país na defesa, promoção e inclusão de crianças com necessidades especiais no sistema educativo. Enalteceu a papel do corpo docente da instituição. “Ficamos muito satisfeitos pela forma como a escola está organizada. Isto deve-se à boa gestão da escola e ao empenho do corpo docente, que fazem da escola um exemplo de ensino especial em todo ao país”, afirmou.
    Alfredo Ferreira disse que a presidente da Fundação Lwini, Primeira-Dama da República, Ana Paula dos Santos, nutre um carinho especial pelos alunos inseridos na escola da Mapunda e nas escolas de ensino especial de todo o país. A Presidente da Fundação Lwini ajuda as crianças com necessidades especiais através da sua inclusão no sistema de ensino para posteriormente integração social.

    Ensino inclusivo

    O vice-governador da Huíla, José Arão Nataniel, disse que o Governo Provincial está empenhado na promoção do ensino inclusivo na província da Huíla. “Ao nível local, as acções para a formação de estudantes com necessidades especiais estão na primeira linha. Estamos a construir infra-estruturas para suporte às criançasejovens com necessidades especiais”, revelou.
    “Podemos dizer sem medo de errar que este trabalho tem produzido os efeitos desejados na província da Huíla. Inserimos mais estudantes no ensino superior e apoiamos os estudantes limitados em termos de mobilidade”, realçou.
    O vice-governador disse que os meios entregues à escola pela Fundação Lwini vão facilitar a inclusão de mais alunos no sistema. José Arão Nataniel frisou que a Escola Polivalente do Ensino Especial da Mapunda pode oferecer treinp a professores de outras províncias.

    Obras de ampliação

    Alfredo Ferreira anunciou a materialização em breve da segunda fase do projecto arquitectónico de ampliação da escola polivalente da Mapunda. Frisou que o apoio às acções de ensino inclusivo, iniciado com a edificação da actual estrutura da escola “ainda não está esgotado”. O director-executivo da Fundaçao Lwini referiu que abordou num encontro com o governador da província, Isaac dos Anjos, a possibilidade de ampliação da escola: “recebemos o apoio institucional do governo da província para faseadamente dar corpo à ampliação da escola .
    É um bom indício saber que a escola está bem conservada, tem espaço e que a província continua a ter um potencial muito grande na formação de docentes.”,

    Alegria em ajudar

    “Há mais alegria em dar que em receber”. É este princípio popular que motivou a professora Maura Júlia, a aceitar o desafio de leccionar na Escola Polivalente do Ensino Especial do I e II ciclos da Mapunda. A professora Maura Júlia disse que ensinar alunos com necessidades especiais é um processo contagiante, sobretudo para os docentes pelo facto de ver os considerados incapazes a aprender a ler e escrever e desenvolver habilidades como os outros.
    “É uma alegria contribuir para a formação académica destas crianças, jovens e adultos. Sinto-me muito feliz todos dias, porque no fim da jornada laboral saio da escola com o espírito de ter contribuído para inclusão social de alguém.
    O professor do ensino primário Augusto Amaro disse que continua dedicado à formação de homens habilitados e capazes de contribuir para o desenvolvimento do país. Augusto Amaro foi formado na escola polivalente do ensino especial da Mapunda e agora contribui para evolução dos outros.
    Numa mensagem lida após o acto de entrega dos equipamentos, os professores agradeceram à Fundação Lwini pela doação. “As nossas palavras não são suficientes para exprimir a nossa alegria. Estamos cientes de que a fundação Lwini está e estará sempre connosco”, diz a mensagem.

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