
O guarda-redes Carlos Fernandes afirmou, ontem, à Rádio Cinco, que lamentava a falta de apoio aos jogadores da Selecção Nacional de Futebol de Honras, na primeira fase de preparação para a disputa do Campeonato Africano das Nações (CAN’2011).
A ausência dos dirigentes da federação mereceu o reparo do guarda-redes, que está prestes a participar pela segunda vez em provas continentais após a estreia em 2010, no CAN que Angola acolheu.
“Temos excelentes condições, a equipa está a trabalhar muito bem, mas incomoda a falta de apoio dos responsáveis superiores”, disse e sublinhou:
“Só estamos aqui nós, jogadores, equipa técnica, médicos e massagistas. Prometeram-nos coisas que até hoje não foram cumpridas. As pessoas pensam que está tudo bem, mas não está”, desabafou.
O jogador salientou o espírito de sacrifício dos companheiros que, mesmo distantes das famílias, não têm regateado esforços para o grupo atingir os objectivos traçados: “Falo de mim, foi uma opção pessoal ter vindo nesta altura, mas custa-nos sermos só nós a lutar por um objectivo. Se no final formos vencedores, vão aparecer outras pessoas a dar a cara”.
Carlos Fernandes lembrou que, até ao momento em que falava para a Rádio Cinco, não tinha sido pago o prémio do CHAN do Sudão, em que os Palancas Negras, contra todas as expectativas, se classificaram na segunda posição.
O guarda-redes declarou que, enquanto capitão, é difícil puxar pelos companheiros, sabendo que administrativamente as coisas não correm bem.
Esta situação, advertiu, pode condicionar a motivação do grupo, que assume o desafio de dignificar o país no CAN. “Se as pessoas não querem dar a cara, um dia as coisas acontecem. Agora vamos lutar, como lhes tenho dito, para ganhar a nível desportivo e quando se consegue isso, o resto vem por acréscimo”, referiu.
O Jornal de Angola procurou, sem êxito, contactar por telefone o secretário-geral da federação, José Cardoso de Lima, para ouvir a posição do elenco presidido por Pedro Neto.
Armindo Pereira
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Rafael Tati