A maioria das pesquisas americanas com chimpanzés é desnecessária e devia ser estritamente limitada no futuro, informou um grupo de médicos, que pode mesmo pedir uma proibição total.
Embora a Europa tenha posto fim às pesquisas com grandes símios em 1999, os Estados Unidos da América continuaram a permitir estudos médicos com chimpanzés em áreas abrangentes, como vacinas para a cura do VIH/Sida, hepatite C, malária, vírus respiratórios, cérebro e comportamento.
Os estudos científicos também são raros e correspondem a apenas 53 dos 94 mil projectos activos patrocinados pelos Institutos Nacionais de Saúde em 2011.
Uma proposta dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos para reintroduzir chimpanzés em colónias de pesquisa, no ano passado, causaram uma preocupação pública crescente e levaram à revisão das pesquisas com esses animais por médicos independentes do Instituto de Medicina.
Valioso modelo animal
“O comité conclui que, embora tenha sido um valioso modelo animal no passado, o uso de chimpanzés nas pesquisas biomédicas actuais não é necessário”, informou o instituto no seu estudo.
Os chimpanzés ainda são necessários no desenvolvimento de vacinas contra a hepatite C, para o estudo continuado, de curto prazo, nas pesquisas de anticorpos monoclonais contra bactérias e vírus, em estudos genéticos comparativos e em pesquisas comportamentais, acrescentou o instituto americano.
Quando os chimpanzés são usados para este fim, os estudos deviam “fornecer uma compreensão sobre genoma comparativo, comportamento normal e anormal, saúde mental, emoção e cognição”, destacou o estudo.
Pesquisas industriais
Todas as experiências deveriam ser executadas “de forma a minimizar a dor e angústia, e ser minimamente invasivo”. Nos Estados Unidos, as pesquisas com chimpanzés são feitas sobretudo em quatro locais: o Centro National Southwest de Pesquisas com Primatas, o
Centro de Pesquisas de New Iberia da Universidade de Louisiana-Lafayette, o Centro Michale E. Keeling de Pesquisa e Medicina Comparativa do Texas Anderson Cancer Center, e o Centro de Pesquisas de Primatas Yerkes, da Universidade de Emory.
Em Maio, havia 937 chimpanzés disponíveis para pesquisa nos Estados Unidos da América.
O governo americano responde por 436 animais, e os restantes são propriedade privada e usados em pesquisas pela indústria.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: DR