
Integrado nas acções da Academia Millennium Atlântico, os Prémios Microcrédito Angola 2011 foram entregues numa cerimónia simbólica que teve lugar, no Palmeiras Club, em Luanda.
Academia Millennium Atlântico: A organizadora do evento ofereceu às vencedores prémios pecuniários e um curso técnico de formação
O galardão contemplou três beneficiárias de microcrédito, que dirigem de forma exemplar os seus negócios. São elas: Ana Kuzuela, de 36 anos, proprietária de uma mercearia em Camama, que se viu dispensada de liquidar o empréstimo de 10 mil dólares, contraído pelo banco Millennium. Maria Falcão, de 61 anos, proprietária de uma hospedaria em Porto Amboim, obrigada a liquidar apenas 25% da sua dívida de 50 mil dólares. E, por último, Isabel Fernando, que viu a dívida da sua empresa de decoração, no valor de 10 mil dólares, ser reduzida a metade.
Um instrumento de combate à pobreza
O banco Millennium Angola concedeu microcrédito no valor de 40 milhões de dólares em 2010
As premiadas, que frequentarão um curso técnico na Academia Millennium Atlântico ligado à gestão, finanças e marketing, foram apresentadas como bons exemplos de empreendedorismo e disciplina empresarial. Durante a cerimónia, Idalina Valente, ministra do Comércio, declarou: “Estou satisfeita pelo facto de 3800 mulheres terem encontrado ao longo de dois anos e meio, na associação dos bancos Millennium e Atlântico, a oportunidade para desenvolverem e melhorarem os seus negócios.”
Realçando o papel do microcrédito como forma de inclusão e combate à pobreza, o presidente do Banco Privado Atlântico, Carlos Silva, considerou a parceria Millennium Atlântico, “um instrumento financeiro que permite trazer à tona a capacidade de execução dos angolanos”, enquanto o presidente do Millennium Angola, Carlos Santos Ferreira, qualificou o microcrédito como “uma forma de combate ao desemprego e à pobreza”. Sublinhou que doravante o banco que dirige investirá os seus lucros em Angola, o que pode ser entendido como um esforço orientado no sentido do alargamento da sua rede de balcões, cujo número atinge já a meia centena, e por essa via, a oferta de produtos e serviços atractivos para clientes de menor rendimento. Daí que a política de microcrédito levada a cabo pela parceria funcione como medida de grande impacto junto dos beneficiários.

PRESIDENTES E PARCEIROS: Santos Ferreira (Millennium Angola) e Carlos Silva (Banco Privado Atlântico) líderes dos bancos que trocaram participações e criaram uma academia de formação
Os oradores consideraram que a concessão de crédito, na conjuntura actual do mercado financeiro angolano, é uma actividade de grande risco pelo que só a garantia das entidades governamentais, através de medidas proteccionistas, permite aos bancos aderirem, com prudência, a este imperativo do Executivo. Apesar desse risco, estão a decorrer um pouco por todo o país iniciativas de microcrédito que visam estimular a actividade dos pequenos e médios negócios. O banco Millennium Angola presente em 14 províncias do país, através de 52 balcões, concedeu ao longo de 2010 um volume de microcrédito, no valor de 40 milhões de dólares. Já o Banco Privado Atlântico que durante o exercício de 2009 registou resultados “globalmente positivos”, na ordem dos 38,4 milhões de dólares (o que representa um aumento 140%, face ao ano anterior), declarou o compromisso “de apoio à economia real nos momentos mais desafiantes”, afirmou o seu presidente. De referir que o relatório de contas do Banco Privado Atlântico destaca em 2009 o reforço dos fundos próprios do banco para um valor superior a 136 milhões de dólares e a parceria celebrada com o Banco Comercial Português nas operações em Angola, através do cruzamento de participações entre o Banco Privado Atlântico e o Millennium Angola. “Esta aliança visa servir complementarmente todos os segmentos de mercado e formar milhares de quadros técnicos angolanos nos sectores da banca e seguros, através da Academia Millennium Atlântico”, afirmou o líder do Atlântico.
Fonte: Exame
Foto: Exame