
A preocupação com as questões de defesa do ambiente e poluição da atmosfera são os aspectos mais visíveis nos 23 quadros e uma gruta, patentes na exposição “Revisitações Telúricas”, do artista plástico Van, inaugurada na Galeria Celamar, em Luanda.
A exposição, que está patente até ao próximo dia 22, retrata a biodiversidade e incentiva o consumo de produtos provenientes do campo, aborda a protecção dos animais e a recuperação de objectos para reciclar. A mostra tem 20 quadros pintados com acrílico sobre tela, pintura sobre o manequim, mista sobre cartão, e três desenhos em papel.
A mostra foi preparada em dois anos e o tempo permitiu a construção de uma caverna de mais de dois metros de altura, que se designa “Morro do Salalé”. Feita com argila, a caverna tem censores que permitem entoar diferentes sons de zombies, cada vez que nela alguém passe.
Segundo o autor, a gruta mostra as habitações feitas pelo salalé, para a sua moradia, que segundo a tradição oral são uma bênção de Deus, por serem abrigos de insectos comestíveis e simbolizam a fecundidade do terreno. Van referiu que a exposição de artes plásticas é multidisciplinar, pelo que inclui abordagens estilísticas que ao longo do tempo caracterizam a forma da sua produção artística.
Na exposição, disse o pintor, é revisitado o conceito permanente de que “na natureza nada se perde e tudo se transforma, repassa e reafirma a sua paixão pelas influências das artes populares, tradicional, rupestre angolana, e das técnicas contemporâneas universais”.
Nas suas exposições, o artista socorre-se frequentemente dos temas e estratégias do meio ambiente, da ficção, do quotidiano e no questionamento da relação animal e homem. Van referiu que a exposição é uma homenagem a título póstumo aos artistas Viteix, Henrique Abranches, Costa Andrade, Rui de Matos, e Matondo Afonso.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: João Gomes