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    Tumultos são registrados na cidade que iniciou revoltas na Tunísia

    Partidários do Ennahda comemoram resultados nas primeiras eleições livres do país.

    Saiu nesta noite o resultado oficial das primeiras eleições livres na Tunísia. Como esperado, o partido islâmico Ennahda foi vitorioso, obtendo 41,5% das cadeiras da nova Assembleia Constituinte, 90 de um total de 217. Após o anúncio, atos de violência foram registrados na cidade de Sidi Bouzid, berço da revolução popular iniciada há nove meses que derrubou 23 anos da ditadura de Ben Ali.

    Mais de dois mil jovens apedrejaram e incendiaram o escritório do partido islâmico Ennahda. O tumulto começou quando foi anunciada a anulação de seis listas do partido liderado por Hechmi Haamdi, um rico empresário tunisiano radicado em Londres, que conseguiu vitória na circunscrição de Sidi Bouzid.

    Da Inglaterra, onde mora há muitos anos, o candidato realizou campanha eleitoral através do canal de televisão via satélite Al Mustakilla, de sua propriedade. O partido de Hechmi Haamdi, “A Petição Popular” conseguiu 19 cadeiras na assembleia constituinte, segundo a apuração oficial. Mas os resultados foram invalidados por irregularidades de financiamento, conforme as autoridades eleitorais tunisianas.

    Atrás do Ennahda, em segundo e terceiro lugares aparecem na preferência dos eleitores os partidos laicos Congresso para a República, com 30 cadeiras na futura Assembleia Constituinte, e o Ettakol, com 21 assentos. Sem a maioria, os islâmicos, duramente reprimidos durante a ditadura do presidente deposto Ben Ali, tentarão estabelecer um governo de coalizão com estes dois partidos de centro-esquerda.

    O atual primeiro-ministro provisório tunisiano, Beji Caïd Essebsi, afirmou ontem que não há razões para duvidar das intenções do Ennahda de formar um Estado civil e democrático. O partido se situa entre os moderados e os liberais no espectro dos partidos islâmicos do norte africano.

    “Eu acho que o Ennahda vai governar com inteligência e vai encarar a realidade. Ele não é necessariamente uma força obscura. A Tunísia continuará a avançar para frente, e não vai retroceder na sua história” declarou Essebsi.

     

    Fonte: RFI

    Foto: REUTERS/Zohra Bensemra

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