
O crescimento, nos últimos 10 anos, do volume e qualidade de serviços das principais operadoras do mercado das telecomunicações em Angola é algo quase inédito a nível do continente africano, afirmou, terça-feira, na Suíça, o presidente do Conselho de Administração do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), Pedro Mendes de Carvalho.
Em declarações à comunicação social angolana, em Genebra, a propósito da participação de Angola no Fórum Internacional das Telecomunicações, Pedro Mendes de Carvalho disse ser esta a justificação da presença das principais operadoras nacionais – Unitel, Movicel, MS Telecom, Angola-Telecom e Angola Cables -, no pavilhão de Angola, montado no salão de exposição do Centro de Conferências de Genebra “Palexpo”.
No pavilhão de Angola, a delegação multi-sectorial, que representa o país no evento, está também a mostrar, do ponto de vista institucional, o contributo de Angola para a concretização “do grande projecto global e regional de interconectar os países por via de cabos de fibra óptica”.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração do INACOM, que é também responsável do Pavilhão de Angola, os visitantes elogiam, sobretudo, o investimento que o Executivo angolano fez nos últimos anos e que resultou na instalação de uma “backbone”, uma rede de espinha dorsal em fibra óptica, que conecta os principais pontos do país e as fronteiras com os países vizinhos.
“Angola está a mostrar as suas realizações. O que fez no passado, o que está a fazer agora e as perspectivas para o futuro”, afirmou, acrescentando que o pavilhão de Angola está a ser muito visitado, a troca de experiências tem sido uma constante e os resultados vão ser visíveis no futuro.
O objectivo central do Executivo angolano é levar as comunicações a todos os pontos do país com qualidade e a preços acessíveis, afirmou Pedro Mendes de Carvalho.
O responsável do pavilhão de Angola no Fórum Internacional das Telecomunicações destacou o aumento do número de assinantes dos serviços de telefonia móvel de cerca de 30 mil para cerca de 10 milhões, no período de 2001 a 2011, como um dos resultados do investimento do Executivo para a sustentabilidade da rede nacional de fibra óptica. “Esta mesma evolução pretende-se conseguir com o acesso à Internet. Por isso, estão a ser feitos investimentos e trocas de experiências em fóruns internacionais, para que, até 2015, possamos concretizar aquilo que hoje é ainda uma visão”, referiu Pedro de Carvalho.
Pavilhão de Angola considerado o maior
O secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (ITU), Hamadoun Touré, considerou o pavilhão de Angola o maior entre os representantes dos países africanos no 40º Fórum Internacional de Telecomunicações, que decorre desde segunda-feira, no Centro de Conferências de Genebra “Palexpo”.
Hamadoun Touré, que visitou o pavilhão de Angola, após a cerimónia comemorativa do 40º aniversário do Fórum Internacional de Telecomunicações, agradeceu a presença angolana no certame e elogiou a sua exposição, com a participação das cinco principais operadoras nacionais.
O responsável da ITU, de nacionalidade maliana, disse ter visitado Angola, há quatro meses, e inteirou-se do andamento de projectos de desenvolvimento, os quais denominou “dividendos da paz”.
“Tenho um grande respeito pelo Presidente José Eduardo dos Santos, pelo seu povo, pelo seu sonho e pela coragem que ele tem de perseguir o seu sonho. Eu vi isso durante a minha visita”, acentuou Hamadoun Touré.
O secretário-geral da União Internacional das Telecomunicações acrescentou que cada angolano deve sentir-se orgulhoso pelo que o país realizado nos últimos anos.
“O que vocês estão a representar aqui é a razão de ser da ITU Telecom World 2011. Juntos vamos continuar a sonhar grande para os nossos países”, finalizou o secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações.
África está representada no Fórum Internacional de Telecomunicações pela Algéria, Burundi, Gabão, Djibouti, Gana, Quénia, Malawi, Namíbia, Nigéria, Ruanda, África do Sul, Uganda, Zâmbia e Angola, que é o único representante dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) entre os 14 países do continente.
Josina de Carvalho| Genebra
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: João Gomes