
O simbolismo é poderoso. No mesmo dia, o Conselho Nacional de Transição líbio proclama oficialmente a libertação do país e os eleitores tunisianos votam em massa nas primeiras eleições livres da história da Tunísia… Mas é claro que tudo não é um banquete de gala. É só o começo e ainda vamos ter crises, dificuldades, tentações extremistas e autoritárias. A grande incógnita são os partidos e movimentos islâmicos. Os ditadores locais sempre justificavam o próprio poder pela ameaça islâmica: ou a minha ditadura ou a ditadura dos barbudos. Para manter esta ficção, as oposições laicas e democráticas foram impiedosamente perseguidas e destruídas… Essa ambigüidade fez com que os partidos islâmicos, que participaram muito pouco das revoltas, possam se apresentar hoje como a força política mais poderosa – porém não majoritária – na região.
Alfredo Valladão
Fonte: RFI
Foto: REUTERS/Anis Mili