Presidente angolano discursou na Assembleia Nacional em defesa do governo e do regime.
O Presidente angolano,

, anunciou para o terceiro trimestre de 2012 a realização das eleições legislativas no país e mostra disponibilidade para o diálogo institucional com os jovens.
No discurso sobre o estado da nação, proferido perante a Assembleia Nacional, em Luanda, Eduardo dos Santos negou, ainda, que haja uma ditadura em Angola e, face às recentes manifestações, disse que existem “incompreensões e equívocos que é preciso esclarecer”.
Várias manifestações organizadas, este ano, em Luanda, centraram-se na longevidade política de José Eduardo dos Santos que, há 32 anos no poder, é descrito pelos organizadores como um ditador.
José Eduardo dos Santos considera não ter fundamento a afirmação de que em “em Angola vigora um regime ditatorial, que não reconhece os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos. Não há aqui qualquer ditadura. Pelo contrário, no país existe uma democracia recente, viva, dinâmica e participativa, que se consolida todos os dias” – disse o presidente.
O presidente mostrou disponibilidade para maior diálogo com os jovens. Esta predisposição de Eduardo dos Santos para o diálogo, pode ser entendida como ficando a dever-se ao actual movimento de reivindicações sociais da juventude um pouco por todo o país.
“A nossa juventude nunca agiu à margem do povo, é do povo e trabalhou sempre para o povo. É preciso manter esta rica tradição que vem dos nossos antepassados. Há hoje algumas incompreensões e mesmo equívocos que é preciso esclarecer. Penso que isso acontece porque o diálogo ainda não é suficiente. O sector competente do executivo deve aprimorar as vias do diálogo social e ouvir, auscultar e discutir mais para os assuntos sejam tratados em momentos e lugares certos e sejam encontradas e aplicadas soluções consensuais.”
O presidente José Eduardo dos Santos ordenou, com efeito, a retoma do programa do Executivo para a resolução dos problemas da juventude, sob a supervisão do Ministério da Juventude e Desportos e do Conselho Nacional da Juventude.
Eduardo dos Santos disse que o próximo escrutínio terá mesmo lugar no terceiro trimestre 2012 e pediu aos deputados a acelerarem a aprovação das leis que comportam o pacote eleitoral. Este anúncio parece provocar pressão sobre as estruturas que supervisionam o processo de registo já que apenas 1 milhão de potenciais eleitores estão registados até ao dia 15 de Outubro.
O chefe de Estado angolano disse, ainda, que “libertar o povo angolano da fome e da pobreza é possível” notando que “vão surgir e estão a surgir pessoas ricas” em Angola.
O país está na lista dos 10 com maior disparidade de distribuição de riqueza no Mundo, mas Dos Santos disse que há progresso no combate à pobreza e que “os índices de pobreza baixaram de 68 por cento, em 2002, para 36,6 por cento, em 2010”.
Por Redacção VOA | Luanda
Fonte: VOA
Fotografia: VOA