
O Fashion business Angola 2011 não é apenas um desfile e exposição das últimas tendências de roupas e acessórios, mas também um palco onde o intercâmbio e a troca de experiência vai ser evidenciada, entre estilistas e modelos de diversos países africanos, europeus e até americanos, numa altura em que há necessidade de se dar vida a um sector há muito adormecido: a indústria têxtil.
Com o objectivo de contribuir para o processo de revitalização desta indústria, começa hoje a segunda edição Fashion business, numa organização da Feira Internacional de Luanda (FIL) em parceria com o Ministério da Geologia e Minas e da Indústria.
A gestora de Marketing da FIL, Célia Francisco, disse ao Jornal de Angola que “a indústria têxtil é um sector forte que está a crescer de forma veloz a nível mundial. No país não se pode dizer o mesmo. Por isso, pretendemos chamar a atenção para a necessidade de começarmos a trabalhar mais para que a nossa indústria renasça e cresça”, sublinhou.
Angola é um mercado que revela uma forte tendência de crescimento neste segmento, salientou Célia Francisco, o que conjugado com a produção de algodão, que está de volta, embora timidamente, representa um bom sinal.
Transformado para ser, durante três dias, o maior palco de negócios de moda em Angola, o recinto da Filda reserva mais de seis mil metros quadrados de exposição, mais de 180 expositores de marcas de roupa, acessórios, cosméticos e joalharia, além de 44 estilistas e 60 modelos internacionais. Prevê-se uma afluência de 15 mil visitantes.
A feira conta com uma área de Ateliers, onde vão decorrer diariamente colóquios nas modalidades de corte e costura, maquilhagem e cosmética, cabelos e Gestão de Marketing de Moda.
Aquela responsável da FIL considera que a indústria têxtil é movimentada pelos estilistas, que são responsáveis pela sua dinâmica. Apesar de existirem estilistas em Angola, a cadeia de produção não é toda feita no país. O que se pretende é que, no futuro, a produção seja toda realizada cá.
“Temos estilistas que já vão criando bons modelos. Agora, o que precisamos, é que estes modelos sigam para as fábricas, responsáveis pela produção em grande escala”, frisou Célia Francisco.
Inovação
O Fashion Business conta com uma área de antropologia, algo de inovador no modo de fazer eventos do género, que pretende trazer ao de cima o acervo étnico das 18 províncias que compõem Angola. “O nosso acervo étnico é riquíssimo, prova disso é que existem províncias com seis ou mais trajes”, lembrou Célia Francisco.
De acordo com ela, “podemos trazer este traço cultural para o evento e defendo a necessidade de se reforçar o intercâmbio ou até mesmo o casamento de estilistas com a cultura, o que facilita o processo de criação. A partir disso, podemos criar algo mais angolano, mais nosso. Precisamos buscar a originalidade e ela está ínsita na nossa própria cultura”, disse.
Estilistas
Designers internacionais de referência como Ana Sousa, de nacionalidade portuguesa, African Mosaique, da Etiópia, Bongiwe Walaza e David Tlale, sul-africana, e Christie Brown By Aisha Obuobi, ghanense, participam no evento.
Outros estilistas sul-africanos como Dax Martin, Gert-Johan Coetzee também vão estar presentes ao lado de Eric Raisina, do Madagáscar, John Kaveke, queniano, Klûk CGDT by Malcom Klûk, o camaronês Kreyann By Anna Ngann Yonn.
Ghana, Portugal, Etiópia, Botswana, Madagáscar, Costa do Marfim, Nigéria, África do Sul, Moçambique, Cabo Verde, Tanzânia, Tunísia, Camarões, Quénia, Etiópia, Zâmbia, Zimbabué, participam no palco do maior evento de negócios da moda.
João Dias
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Jornal de Angola