
Algum fumo ainda se desdobra num pequeno espaço do sinistro. Tambores estoirados e cobertos de cinza são alguns dos resultados do incêndio que atingiu sábado à tarde a fábrica de Lubrificantes. O Serviço de Bombeiros continuava até ontem no local para determinar as causas e os danos provocados pelo incêndio.
Medidas rígidas de segurança continuam a merecer a atenção da Polícia Nacional e do corpo de segurança privada. Uma equipa de investigadores da DNIC está a trabalhar para apurar igualmente as possíveis razões do incêndio.
A proporção do incêndio, os motivos e a reabertura da área de produção da unidade fabril são desconhecidos até que o trabalho de investigação seja concluído na íntegra.
Ontem, a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) convidou jornalistas para visitar a área do sinistro e esclareceu que o incêndio que deflagrou nas instalações da Fábrica de Produção de Lubrificantes da Mulemba (IMUL) está extinto.
Como disse o director de Comunicação e Imagem, João Rosa Santos, a sua origem e os danos estão a ser objecto de investigação rigorosa, quer do Corpo de Bombeiros quer da Investigação Criminal. “O incidente não afectou directamente a área fabril, nem outras áreas funcionais, tanques, reservatórios, laboratórios e armazéns”, disse.
Armazéns destruídos
Na fábrica estão destruídos dois armazéns, que tinham matérias-primas e algum produto acabado e tambores que aguardavam o enchimento. Apesar da dimensão do incêndio, a fábrica mantém a sua capacidade de produção, bem como um nível de armazenamento de produtos capaz de garantir o normal fornecimento de lubrificantes ao mercado interno.
João Rosa Santos disse que a reserva existente garante o abastecimento do mercado durante os dias de paralisação da fábrica até à conclusão da investigação.
Garantiu ainda que “não haverá escassez de lubrificantes no mercado e caso haja qualquer especulação a Polícia Económica tem a responsabilidade de punir os prevaricadores”.
Contornos ambientais
Questionado sobre a possibilidade do incêndio ter contornos ambientais, afirmou: “Está salvaguardada a questão ambiental, pois está uma equipa da empresa ligada à gestão ambiental a cuidar de possíveis danos ambientais causados, por causa dos moradores que vivem próximo da fábrica.”
Rosa Santos manifestou alguma preocupação com a população residente ao redor da unidade fabril, que em situação normal não podia erguer as suas casas próximo do muro de vedação.
“Temos apresentado estas preocupações às outras entidades e as pessoas não podem viver próximo destas instalações, porque é necessário salvaguardar a vida humana”, disse, para sustentar que a Sonangol tem estado a trabalhar para que haja cooperação de outras entidades para a resolução do problema.
“Tecnicamente, a fábrica tem condições para retomar a sua produção”, insistiu João Rosa Santos, salientando que ainda assim existem reservas nas outras zonas do país para evitar a especulação e escassez.
A Fábrica de Produção de Lubrificantes tem uma capacidade de produção de 64 tipos de lubrificantes e produz 20 mil toneladas por ano.
Rodrigues Cambala
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Paulo Mulaza