
O Papa Bento XVI pediu ontem, durante um encontro com líderes islâmicos, em Berlim, que os políticos alemães não remetam a religião para a esfera privada e “reconheçam a dimensão pública da religião”.
“Uma sociedade pluralista não pode subsistir, a longo prazo, sem consenso em torno dos seus valores éticos fundamentais”, sublinhou Bento XVI, elogiando o “clima de respeito crescente” na Alemanha entre a Igreja Católica e as comunidades islâmicas.
Na opinião do Papa, cristãos e muçulmanos “partindo da sua fé, podem dar um importante testemunho comum, em muitos domínios da vida quotidiana, no que respeita, por exemplo, ao valor atribuído ao casamento e à família, à protecção da vida em todas as suas fases ou à promoção da paz e da justiça social”.
Bento XVI exortou ainda cristãos e muçulmanos a conhecerem-se melhor, para se entenderem melhor.
Após o encontro com representantes das comunidades islâmicas na Alemanha, o Papa deixou Berlim ontem de manhã, partindo de avião para Erfurt, onde prossegue a visita oficial de quatro dias ao seu país natal. Na capital da Turíngia, Bento XVI vai reunir-se no Convento dos Agostinhos, primeira oficina do monge reformador Martinho Lutero, com representantes da Igreja Protestante, que tem quase tantos fiéis que a Igreja Católica na Alemanha, cerca de 25 milhões de pessoas.Trata-se de uma das etapas mais significativas da visita do Papa, iniciada na quinta-feira, em Berlim, com um discurso no Bundestag (Parlamento).
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: AFP