A vice-presidente do Codex Alimentarius Angola, Maria Antónia, confirmou ontem, em Luanda, no seminário sobre “Controlo das Importações”, a ausência de rigor por parte dos importadores no controlo de qualidade dos produtos alimentares consumidos no país.
“Antes de importar, os empresários devem ter a responsabilidade de escolher os produtos alimentares que resistam ao tempo de armazenamento, conservação e a embalagem, até chegar à mesa dos consumidores”, alertou.
Maria Antónia, que é também responsável de divisão da área de Higiene Alimentar do Instituto Nacional de Saúde Pública, definiu algumas práticas dos importadores como desleais.
“Para qualquer importação, os importadores tem a obrigação de prestar atenção aos graves problemas de energia eléctrica no país e outros constrangimentos enfrentados”, acrescentou.
Maria Antónia lembrou que, antes do processo de importação, os empresários devem consultar as entidades competentes para certificarem-se das boas práticas de segurança alimentar e normas de conservação. “Nem tudo que chega ao país passa pelos laboratórios. No entanto, realizamos acções formativas para capacitar os profissionais sobre a importância do controlo e qualidade alimentar”, disse.
Na cerimónia de abertura do seminário, o representante da FAO (Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) em Angola, Mamoudou Diallo, disse que a iniciativa visa fortalecer as capacidades dos serviços nacionais, encarregados do controlo da importação e exportação dos produtos alimentares: “O controlo e a avaliação das actividades ligadas às transacções de géneros alimentícios constitui um pré requisito e a base de protecção do consumidor”, ressaltou. Os recentes problemas registados em várias regiões do mundo com a contaminação de produtos alimentares de origem animal e vegetal, referiu aquele responsável, impulsionaram a FAO a financiar a formação de profissionais de laboratório de controlo de qualidade: “No próximo mês vamos realizar uma actividade sobre a legislação e a regulamentação dos géneros alimentares”, informou Diallo.
O representante da Fundo da ONU para Alimentação e Agricultura em Angola espera que a iniciativa aumente os conhecimentos dos profissionais sobre as medidas operacionais de controlo e avaliação dos alimentos importados.
Mamoudou Diallo afirmou que a formação garante conhecimentos sobre os sistemas de análise dos riscos, controlo das importações e os procedimentos para a certificação sanitária. Angola aderiu ao Codex Alimentarius a 4 de Janeiro de 1990, tendo criado o Comité Nacional a 30 de Maio de 2003.
Em parceria com a FAO e a OMS, adopta as normas internacionais de segurança alimentar.
Fonte: JA
Foto: JA