
A directora do Gabinete de Promoção de Saúde do Ministério da Saúde, Filomena Wilson, declarou terça-feira em Luanda que a situação da poliomielite em Angola é estável, comparativamente aos anos anteriores.
A declaração de Filomena Wilson foi feita no decurso de um encontro com jornalistas sobre a terceira campanha nacional de vacinação integrada, que vai decorrer de 9 a 22 de Setembro sob o lema “Viva a vida com saúde”.
A especialista em saúde pública sublinhou que actualmente em termos de número de casos, a província do Kuando-Kubango é a que mais preocupa, já que foram notificados quatro casos em Março deste ano.“Este ano tivemos um número muito elevado de casos de pólio. Várias províncias do país estavam afectadas pelo vírus.
Foram registados casos que fizeram com que o Ministério da Saúde estivesse em estado de alerta, para fazer face à situação.
Felizmente, estamos a ser bem sucedidos”, assegurou a médica angolana, para quem é necessário que se reforce o trabalho em curso, que consiste na detecção contínua de casos de pólio.
“Pretendemos declarar a poliomielite como uma doença em fase de controlo e não uma epidemia que continua a matar e a paralisar as nossas crianças”, sublinhou Filomena Wilson.“A única maneira é garantir que todas as crianças com menos de cinco anos de idade tomem todas as doses de vacina de rotina e as doses dadas nas campanhas de vacinação para acabar com a pólio em Angola.”Filomena Wilson disse que a poliomielite e o sarampo são as doenças que mais vitimam crianças.
Doenças mortíferas
Infelizmente, adiantou, o sarampo, que é considerado a segunda doença mais contagiosa, continua a vitimar crianças dos zero aos cinco anos em todo o mundo.
Em Angola, sublinhou, a província de Cabinda é a que mais mortes por sarampo regista diariamente.Filomena Wilson disse que uma das causas da morte de crianças por sarampo é a má nutrição. “A imunidade da criança não aguenta e surgem complicações como a pneumonia, cegueira, a meningite, que podem levar à morte.”
Campanha Nacional
A terceira Campanha Nacional Integrada de Vacinação tem como objectivo principal acelerar a redução da mortalidade de crianças menores de cinco anos, reduzir em 90 por cento o número de mortes por sarampo e contribuir para a interrupção do pólio-vírus selvagem.
A actividade vai comportar duas fases: a primeira fase vai decorrer nas zonas urbanas, de 9 a 13 de Setembro, e a segunda nas zonas rurais, de 14 a 22 de Setembro. Filomena Wilson revelou que, de Janeiro a Agosto, o Ministério da Saúde notificou 5.064 casos de sarampo, ocorridos nas províncias de Cabinda, Uíge, Malange,Bié, Kwanza-Sul, Lundas Norte e Sul, Moxico e Huíla. Dados da Direcção Nacional de Saúde Pública indicam que nos anos anteriores os casos de sarampo notificados anualmente em Angola variavam entre seis a dez mil, com transmissão contínua do vírus e com registo de surtos epidémicos de grande magnitude.
A transmissão era facilitada pelo intenso fluxo migratório de angolanos sem vacinação que estavam refugiados em países vizinhos da República de Angola e a deslocação da população de áreas rurais para as áreas urbanas.
O sarampo, que é uma doença causada por um vírus, propaga-se no ar através de gotículas que transportam o vírus.
Os seus sintomas incluem febre, secreções nasais abundantes, perda de apetite, olhos avermelhados e erupção da pele.
Manuela Gomes
Fonte: Jornal de angola
Fotografia: Jornal de Angola