A redução pelo Executivo, através do Banco Nacional de Angola (BNA), do valor mínimo para a abertura de conta bancária a cem kwanzas foi enaltecida pela população da capital, para quem a medida facilita a bancarização do dinheiro.
Abordada pela Angop, a maioria dos citadinos foi unânime em afirmar que a medida vai beneficiar significativamente a população mais desfavorecida financeiramente, bem como aqueles que não possuem bilhete de identidade, devendo fazê-lo com qualquer documento válido.
Jaime Fortuna, economista e docente universitário, afirmou que a baixa do valor mínimo para 100 kwanzas vai permitir a socialização da população na adesão dos serviços bancários, bem como possibilitar ao Executivo diminuir a quantidade de recursos fora do sistema monetário.
“Essa medida vai facilitar a inclusão de mais pessoas no sistema bancário e estimular a poupança das famílias, que se torna num processo mais natural. Com essa estratégia se vai, certamente, diminuir o dinheiro fora do circuito e, com isto, dar-se maior eficiência ao sistema monetário e a economia nacional só ganha”, sustentou. Por seu lado, o professor Mário Pinto de Andrade louvou a iniciativa do Executivo porque, na sua óptica, não era possível em Angola um cidadão abrir conta com o valor exigido anteriormente, por considerar o valor elevado, fazendo com que poucas pessoas abrissem contas.
O analista político ressaltou a existência de elevado valor fora do sistema bancário (cerca de 200 mil milhões de kwanzas – o equivalente a dois mil milhões de dólares), salientando que a maior parte do dinheiro deve estar dentro do sistema bancário, até porque fica mais seguro e permite aos bancos praticarem taxas de juro favoráveis.
Para a técnica média de Gestão Empresarial, Débora da Silva, a medida é salutar, mas apelas às instituições bancárias envolvidas no processo a melhor organizarem-se para corresponderem à demanda que se prevê elevada, principalmente o Banco de Poupança e Crédito (BPC), que diariamente regista grandes enchentes.
Essa nova política cambial do Banco Central resulta de um protocolo com oito bancos comerciais, nomeadamente o de Poupança e Crédito (BPC), de Negócios Internacional (BNI), Sol, Comercial Angolano (BCA), Fomento Angola (BFA), Keve, banco BAI Micro-Finanças e o de Investimentos e Crédito (BIC).
A iniciativa culminou com o lançamento, no início deste mês, do produto “Depósito Bankita”, que permite a abertura de conta com o valor mínimo de 100 kwanzas e a apresentação de qualquer documento válido, visando essencialmente a inserção de todos os cidadãos no sistema bancário.
Fonte: Jornal de Angola